Estudantes só saem da UFPR com anistia

Prevista para ontem, a reunião do Conselho Universitário (Coun) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para analisar a pauta de reivindicações do movimento que ocupa a Reitoria acabou não acontecendo por problemas de agenda do reitor Carlos Augusto Moreira Júnior. Com isso, a possível saída dos estudantes do prédio, onde estão desde o dia 17 de outubro, deve acontecer somente na semana que vem.

Segundo o diretor do setor de Tecnologia da UFPR e presidente da comissão de negociação para a desocupação, professor Mauro Lacerda, há o entendimento da comissão que as reivindicações dos estudantes são viáveis e isso foi explicitado em um documento distribuído a eles e que será apresentado ao Coun. ?Na questão da anistia, há uma tendência no Brasil a não criminalizar movimentos políticos. Então, vamos trabalhar para garantir esse status a eles e minorar as punições administrativas. Mas o Poder Judiciário é autônomo e só ele vai decidir sobre a ação em andamento?, afirmou.

A ação referida pelo professor foi impetrada pela Consultoria e Procuradoria Jurídica da UFPR para a reintegração de posse do prédio. Nela, foram identificados e intimados seis estudantes, que estão sujeitos a uma multa de R$ 100 por dia de ocupação.

Com relação aos outros pontos reivindicados pelo movimento, Lacerda afirmou que eles devem ser aceitos sem problemas pelo Coun. ?Uma comissão para avaliar o prédio depois da saída deles é praxe e a audiência com o reitor para a construção de uma agenda política será ampliada e feita com todo o conselho?, afirmou.

A ocupação da Reitoria foi uma forma adotada pelo movimento para pressionar a instituição a não aderir ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Apesar disso, a adesão foi aprovada pelo Coun na semana passada.

Segundo a estudante de Ciências Sociais, Alexandra Bandoli, a intenção do grupo agora é só deixar a Reitoria quando for garantida a anistia, tanto administrativa quanto judicial, para os estudantes que participam do movimento. ?O parecer da comissão foi encaminhado para o nosso advogado, que ainda não nos deu retorno. Mas da anistia não abrimos mão?, afirmou ela.

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