Os estudantes e professores do Colégio Estadual Professora Ângela Sandri Teixeira, no bairro Tranqueira, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, convivem diariamente com o cheiro forte vindo das quatro fossas do local.
A situação fica ainda mais complicada nos dias de calor forte. Os professores contam que as fossas vazam constantemente, formando poças na entrada do colégio. Quando chove, os dejetos são levados para fora da escola, afetando uma outra escola e os moradores da região.
A comunidade escolar decidiu se reunir e fazer uma manifestação no início do ano letivo para cobrar uma solução para as fossas. Estudantes e professores fizeram uma manifestação em frente ao colégio, na margem da Rodovia dos Minérios, na manhã desta quinta-feira (09).
“As fossas vazam constantemente. Escorre tudo pelo portão e vira uma lagoa aqui. São fossas pequenas pela quantidade de dejetos. Já foram feitos alguns bombeamentos. Dá resultado na hora, mas depois volta tudo”, conta o professor George Luiz Alves Barbosa, que trabalha no colégio há 25 anos.
São 950 alunos estudando na escola, nos três períodos. Há uma escola municipal, com cerca de 700 estudantes, ao lado do colégio estadual. “Todo mundo é obrigado a passar por cima dos dejetos. Pode acontecer um surto de doença. Precisamos alertar sobre o que vai acontecer. Isto já faz quatro anos”, explica Alves.
Quem fica nas salas na parte da frente do colégio sofre ainda mais. “A gente fecha a sala e não aguenta o calor. Se abre a porta, não aguenta o cheiro”, resume o professor José Maria Von Kruger.
Os alunos relatam que o cheiro fica pior ainda no período da tarde, nos dias de calor. “Teve dia que saímos das salas de aula e fomos para a parte de trás do colégio. Não dava para suportar”, conta Pablo Henrique Godoy dos Santos, de 13 anos.
“Às vezes não dá para segurar o lápis. Tem que usar as mãos para tapar o nariz. O fedor não deixa a gente prestar atenção na aula”, relata o aluno Leonardo Sérgio Lovatto Kinal, de 13 anos.
As estudantes Gislaine Noemi da Cruz e Adriele Santos de Oliveira, de 16 anos, confirmam que fica difícil permanecer na escola estudante nos dias mais críticos de cheiro forte.
“Como está no início do ano, ainda não está vazando a fossa. Não precisa chover para que tudo escorra”, comentam. “Nós somos obrigados a fechar as janelas das salas e fica um forno. O aprendizado cai consideravelmente”, declara a aluna Dhesica Mendes Pedro, de 17 anos.
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou, por meio de assessoria de imprensa, que deve começar nesta sexta-feira (10) a obra de reparo na fossa no Colégio Estadual Ângela Sandri Teixeira. A empresa contratada para isto realizaria ontem uma vistoria técnica na escola.