A reforma universitária foi o norte do encontro do Conselho Nacional de Entidades de Serviço Social, que aconteceu durante a semana na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Estudantes aproveitaram a oportunidade para questionar a reforma proposta pelo Ministério da Educação, considerada falha e insuficiente para solucionar os problemas do ensino universitário do Brasil.
"Íamos fazer um protesto esta semana, mas acabamos desistindo por causa da chuva do início da semana", disse a estudante Juçara Ferreira. Segundo ela, os caminhos escolhidos pelo ministro da Educação, Tarso Genro, são equivocados e vêm causando problemas a muitos estudantes. O questionamento é direcionado, em especial, à substituição do Provão pelo Enade (Exame Nacional de avaliação do desempenho dos estudantes).
"Mudou só o nome e o método das notas de classificação, mas continua sendo um sistema de avaliação injusto, uma vez que visa o ranqueamento e a punição", avalia a estudante. Ela cita como exemplo o fato de o estudante poder ficar sem diploma caso não se submeta ao teste. "Isso é muito grave. Essa imposição vai contra a democracia." Com classificação ruim no Enade, o curso de Serviço Social da PUCPR acabou tendo vetado o projeto de mestrado, que seria implantado no ano que vem. "Esse tipo de punição não vai contribuir em nada para a melhoria da qualidade do curso." Outra crítica explícita dos estudantes é a implantação da reforma fragmentada.
Para Juçara, o ideal para resolver o impasse seria convocar os estudantes e a sociedade para participar da gestão da reforma, em um processo democrático.