"Democracia Já! Aumento Zero." Esse é o lema da campanha lançada ontem por estudantes e integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. Durante todo o dia, os organizadores da campanha impediram a passagem de veículos pela Rua Imaculada Conceição, no Prado Velho, que dá acesso ao portão principal da instituição. Dois caminhões de som atravessados bloquearam o tráfego.
Segundo o estudante do quinto ano do curso de Direito e assistente jurídico do DCE, Edison Borgo Reinert, a PUCPR deve decidir na próxima semana a percentagem de aumento das mensalidades para o ano letivo de 2005. A suspeita é de que alguns cursos, como Medicina, tenham um acréscimo de até R$ 150 em seus valores mensais. "Queremos aumento zero, pois estamos preocupados com a situação dos estudantes dentro da PUCPR", afirmou Edison. "Devido aos altos valores das mensalidades, muitos alunos estão com dificuldades de se manter dentro da universidade, podendo não ter como arcar com um aumento."
Outra reivindicação dos jovens, através da campanha, é a realização de eleições diretas para a escolha de diretores de curso, decano e reitor. "O mais importante para nós é poder, de forma democrática, escolher o diretor dos cursos, o que hoje é feito pela reitoria", declarou. "O primeiro reflexo disso será a melhoria da qualidade de ensino dentro da PUC, pois os estudantes terão a chance de votar em uma pessoa comprometida com seus cursos e com a instituição."
Na ocasião, os integrantes da campanha também pediram que a PUCPR subsidie um restaurante universitário e compre mais livros para a biblioteca, beneficiando assim os alunos com dificuldades financeiras.
Confirmado
O pró-reitor comunitário e de extensão da PUCPR, Adilson Moraes Seixas, confirmou que, a partir da próxima semana, o conselho financeiro da instituição se reunirá para discutir um possível aumento das mensalidades. Porém, ainda não há nada definido. "Todos os anos temos realizado reajustes de acordo com a inflação, mas ainda não decidimos nada para 2005", explicou.
Quanto à possibilidade de os estudantes poderem escolher seus coordenadores de curso, reitores e decanos, Adilson explicou que isso implicaria em mudanças no estatuto da instituição. Essa mudança até poderia ser estudada, mas sua aprovação dependeria de autorização do Ministério da Educação (MEC). No que diz respeito à compra de livros, Adilson comentou que eles são adquiridos anualmente, conforme solicitação dos coordenadores de curso. "Já em relação ao restaurante universitário, a PUC já conversou com integrantes do DCE e deve subsidiá-lo, não cobrando água, luz e aluguel. Só falta o próprio DCE realizar algumas ações para que o restaurante seja colocado em funcionamento."