Das 45 mil motocicletas que circulam por Curitiba, 40% são utilizadas por estudantes e 30% por profissionais, como instrumento de trabalho. A estimativa é do Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos, Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana, que atribui o crescimento dos estudantes motociclistas à economia que esse meio de transporte proporciona.
Estudante de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fernando Gustavo Barbosa optou pela moto para ir à universidade há dois anos, e não se arrepende. Diz que a economia é gritante. “Venho do São Brás até o Prado Velho e gasto uma média de R$ 6 por semana. Se viesse de ônibus, gastaria R$ 8 por dia”, compara. Ele também sentiu o impacto no orçamento quando teve que deixar a moto na revisão. “Gastei R$ 20 para andar dois dias de carro”, lamenta.
Já o estudante de Design, do UnicenP, Francisco João Boeing Júnior, adotou a moto como meio de locomoção há seis anos. Para se deslocar de casa até a universidade, chega a rodar cerca de 60 quilômetros por dia, gastando uma média de R$ 30 por semana. “Se fizesse de carro, gastaria R$ 15 por dia”, afirma. A economia também atraiu a estudante de Publicidade, da PUCPR, Kelly Karine Kneuelf, que anda de moto há quase dois anos. Na opinião dela, a moto é fascinante, muito mais rápida e prática que o automóvel.
Na ponta do lápis
O diretor-presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos, Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana, Tito Mori, disse que é possível colocar na ponta do lápis toda essa economia, “que com certeza tem atraído um grande número de estudantes”.
Ele ressalta que, com uma moto 125 cilindradas, é possível fazer 30 quilômetros com um litro de gasolina. “Se a gasolina fosse pura, e não tivesse tantas misturas, isso chegaria a 40 quilômetros”, cita. Ele calcula que para percorrer um quilômetro o veículo gasta apenas R$ 0,06. Se o modelo for 100 cilindradas, a economia é 33% maior.