Estudantes da Universidade Federal (UFPR) invadiram ontem a tarde a sala do Conselho Universitário. Eles não querem que a decisão sobre a adesão da universidade ao Programa de Apoio a Planos e Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) seja tomada pelo conselho, mas seja decidida através de um plebiscito envolvendo alunos e professores.
A reunião do órgão está programada para os próximos dias. Os estudantes prometem ficar no local até que a reivindicação da categoria seja atendida.
A estudante de Ciências Sociais, Alexandra Bandoli, disse que na hora da ocupação o número de alunos passava de 50 e boa parte deles prometia passar a noite no local, só deixando a Reitoria quando tivessem uma resposta positiva. Porém, a invasão não foi unanimidade entre os estudantes.
O coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Érico Massoli, disse que o movimento não tem legitimidade porque a decisão não foi aprovada em conselho estudantil. Ele disse que o DCE vai esperar pela reunião do Conselho Universitário para entregar um abaixo-assinado com a opinião dos alunos. A partir disso, dependendo do resultado, pensam em ocupar o local. Essa corrente diz que não é contra o Reuni, mas quer que os prazos estabelecidos pelo governo federal para a definição da adesão – o primeiro deles é fim de outubro – sejam prorrogados para que a proposta seja melhor discutida.
Ontem, a Associação dos Professores da UFPR (APUFPR) também decidiu entregar ao reitor Carlos Moreira Júnior e aos membros do Conselho um documento em que oficializam a não-adesão da categoria à proposta. Quando o governo federal anunciou o Reuni, os docentes receberam a novidade com satisfação, já que a ampliação de vagas e a reestruturação das universidades era uma luta antiga da categoria. No entanto, quando tomaram conhecimento da forma e dos termos impostos pelo programa, veio a frustração.
A professora do setor de educação, Sonia Miranda, que estudou a fundo a proposta, levanta uma série de problemas. Ela diz que o primeiro deles é o fato de o governo querer implantar o programa por meio de um decreto, sem a participação das bases das universidades. Além disso, o governo quer ampliar o número de vagas e melhorar o índice de reprovação sem, no entanto, aumentar a infra-estrutura.
