Estudantes invadem estação-tubo no centro de Curitiba

A comissão de Segurança da Câmara Municipal de Curitiba, que avalia o conflito envolvendo a Guarda Municipal e os estudantes que reivindicam o passe livre, ocorrido semana passada, realizou ontem sua segunda reunião sob gritos de repúdio dos alunos. Os estudantes se revoltaram por não poder entrar na sala de reuniões, onde eram ouvidos representantes da Guarda. Em seguida, invadiram a estação-tubo Eufrásio Correia.

O impasse envolvendo guardas e estudantes surgiu após um protesto pela gratuidade no transporte na quarta-feira passada, que terminou com dois estudantes presos e um hospitalizado. André Luiz Almeida, 17 anos, disse ter sido agredido com aparelho de choque.

O diretor da Guarda, Carlos Celso Santos Junior, negou na oitiva as agressões e garantiu que os guardas não usaram o aparelho contra o estudante. Ele completou que a ouvidoria da Guarda Municipal abriu procedimento administrativo para apurar o caso. O vereador Pedro Paulo (PT), que preside a comissão, disse que os vereadores acompanharão as apurações da ouvidoria.

Invasão

Revoltados por não poder acompanhar a reunião, dezenas de estudantes ameaçaram invadir a Câmara, mas desistiram, indo em direção à Praça Eufrásio Correia. Eles pularam as catracas da estação tubo. O cobrador Douglas Cordeiro, que teria tentado proteger uma mulher que entrava no local com um bebê, foi empurrado pelos estudantes e ameaçado. A Polícia Militar foi chamada, dispersando a confusão.

O presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Rafael Clabonde, disse que o episódio de pular as catracas deve se repetir na capital. ?A maior violência contra os estudantes é a impossibilidade de ir até a escola ou universidade por não poder pagar pelo transporte. Eles estão revoltados e eles devem continuar pulando catracas como protesto.?

Clabonde diz que a luta pelo passe livre vai continuar. ?O meio-passe atinge poucos e é burocratizado?, disse, criticando a política municipal de cobrir metade da tarifa para estudantes que pertencem a famílias com renda entre três e cinco salários mínimos, dependendo do número de filhos. De acordo com a Urbs, o passe livre não cabe no sistema, que já atua com 13% das passagens gratuitas.

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região (Setransp) manifestou-se em repúdio à atitude dos estudantes, afirmando que ?as empresas condenam veementemente os atos de violência e vandalismo? protagonizados por eles. Para o Setransp, atitudes deste tipo devem ser tratadas sob a ótica legal e os culpados devem ser punidos exemplarmente.

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