Pauta ampla

Estudantes e servidores protestam no Centro de Curitiba

Protesto na Praça Santos Andrade contra reforma do ensino médio e outras medidas do governo federal. Foto: Henry Milleo
Protesto na Praça Santos Andrade contra reforma do ensino médio e outras medidas do governo federal. Foto: Henry Milleo

Milhares de pessoas, entre estudantes, professores e servidores estaduais participam neste domingo (9), em Curitiba, de um protesto contra os governos federal e estadual. De acordo com estimativa da União Paranaense dos Estudantes (Upes), são cerca de 3 mil participantes.

Um dos temas principais é a Medida Provisória (MP) 746, que prevê mudanças no ensino médio. Os participantes também contestam a proposta de suspender o reajuste dos servidores estaduais, encaminhada à Assembleia Legislativa pelo governador Beto Richa (PSDB), e outras ações do governo federal. Também estão na pauta da manifestação as reformas trabalhista e previdenciária, além das privatizações.

Os manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade e exibiram cartazes contra os governos Michel Temer (PMDB) e Beto Richa. O ato público foi organizado por estudantes que ocupam colégios estaduais no Paraná. Em todo o Estado são 50 estabelecimentos ocupados – 19 deles em Curitiba. Também participaram do ato estudantes de Almirante Tamandaré, Piraquara e Cruzeiro do Oeste, no noroeste do estado. Entidades sindicais, como a APP-Sindicato, e movimentos sociais também se mobilizaram para o protesto.

Reforma do ensino médio

Segundo o presidente da União Paranaense dos Estudantes (Upes), Matheus dos Santos, a reforma do ensino médio é um dos alvos principais. “Nós somos contra a reforma da maneira como ela está sendo proposta, e as suas ênfases. Não adianta aumentar a carga horária para estudarmos as mesmas coisas. Tem que haver uma reforma para tornar a escola mais dinâmica, mais atraente para o estudante. E é preciso discutir essa reforma com quem vive a escola no dia a dia: professores estudantes e funcionários”, afirma.

A MP 746 propõe, entre outras mudanças, a transformação da jornada diária de quatro horas para sete horas e a flexibilização da escolha das disciplinas. Caso isso ocorra, as alterações seriam realizadas gradualmente, a partir do fim da discussão do currículo comum das escolas, prevista para acabar em 2018 ou 2019.

Rafael Furtado, professor e membro da diretoria do Sismac (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba), também critica a PEC 241, proposta pelo governo federal como forma de estabelecer limites para os gastos públicos. “Que tenha um teto para supersalários, que se regule a isenção fiscal das empresas. Por que tem que tirar sempre do trabalhador?”, diz.

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