Entidades que representam os estudantes no Brasil querem mobilizar a categoria para discutir um novo projeto de educação para o País. Chamado de Projeto Nova Escola, a proposta apresenta alternativas que vão desde a alteração de conteúdo programático até ampliação de verbas para o setor.
O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Marcelo Galvão, esteve ontem em Curitiba reunido com estudantes. Ele também apresentou a proposta ao secretário de Estado da Educação, Maurício Requião.
Entre os pontos defendidos pela Ubes está o financiamento da educação. Segundo Galvão, o Brasil investe 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação. O ideal, porém, seria 10%. Para chegar a esse índice, o estudante acredita que poderia ser implantado um modelo regulatório dos recursos, envolvendo a comunidade interna e externa das escolas, “para evitar desvios, como os que acontecem hoje, principalmente com o Fundef”.
Outra proposta da Ubes é uma ampla democratização do ensino, “onde a escola passe a ser vista como uma segunda casa”. A Ubes defende ainda a volta de cursos técnicos para o ensino médio e a introdução das disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo escolar.
Em relação ao ensino superior, a Ubes defende a reserva de 50% das vagas nas universidades públicas para estudantes vindos da escola pública. A proposta do Ministro da Educação, Tarso Genro, de obrigar as faculdades particulares a oferecer cotas para as chamadas minorias não é vista como positiva pela entidade. “O governo estaria financiando o ensino particular, sem ampliar as vagas no ensino público”, afirmou Galvão.
Essas propostas, destaca o presidente da Ubes, já foram apresentadas ao ministro, que mostrou sensibilidade para algumas questões.
