Estudantes da Upes se recusam a deixar terreno

Os estudantes acampados no local onde, segundo eles, deveria ser a sede da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), vivem um momento de tensão.

De acordo com informações do 20.º Batalhão da Polícia Militar, a instituição aguarda uma autorização da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para garantir a reintegração de posse ao proprietário legal do terreno, que tem 436 metros quadrados e fica no bairro Juvevê, em Curitiba.

Os estudantes estão acampados no imóvel, no cruzamento das ruas Marechal Mallet e Manoel Eufrázio, desde a última sexta-feira, quando um oficial de Justiça chegou ao local, acompanhado de representantes de uma empreiteira, para cumprir o mandado de reintegração de posse.

Os estudantes informam que deverão permanecer no local por período indeterminado. No começo da noite de ontem a Upes realizou um ato, em alusão ao Dia do Estudante, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e unir forças a outros movimentos sociais e sindicais.

Ainda ontem, durante a reunião semanal do secretariado do governo do Estado, o presidente da Upes, Rafael Clabonde, solicitou a ajuda das autoridades no sentido de preservar a sede da entidade naquele endereço.

A Secretaria de Estado da Criança e da Juventude informou que vai encaminhar um ofício à Procuradoria-Geral do Estado solicitando parecer sobre a situação do imóvel.

Segundo o diretor da Upes, Leonardo Machado, a pequena construção que servia de sede do órgão foi desmanchada pelo proprietário legal do imóvel, apontado pelos estudantes como sendo a Incorporadora Menezes. Alguns tentaram impedir que o terreno fosse desocupado e houve agressões.

A polícia precisou ser chamada e a confusão só acabou na delegacia. “Foram levados móveis, computador e documentos da Upes”, conta. Ele conta que o terreno, adquirido pela Upes na década de 1960, foi negociado indevidamente em 1995. Segundo ele, um dos diretores do órgão teria falsificado assinaturas de uma procuração para negociar o terreno.

“Existe um processo em trâmite que deve comprovar a ilegitimidade daquela negociação. Uma liminar de reintegração de posse hoje é absolutamente questionável, já que ainda não foi julgado o mérito”, afirma. A reportagem de O Estado procurou os supostos proprietários legais da área, porém, não encontrou referências da empresa indicada pelos estudantes.

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