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?Em casa?: estudante relaxa em sala do conselho.

O feriado foi um dia tranqüilo para os estudantes que ocupam a reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Um pouco mais livres das tensões dos dias úteis, alguns liam, outros conversavam, ouviam música e dormiam. Hoje faz 18 dias que os universitários estão no prédio. Ainda sem previsão de saída, eles vão levando o dia a dia dessa experiência, ao mesmo tempo, árdua e compensatória. Os manifestantes são contra a adesão da instituição ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

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São mais de cem estudantes empenhados na ocupação. A maioria passa o tempo todo no prédio. Ontem, dia com características de folga, alguns saíram para espairecer. Apenas metade deles passou a data no ?acampamento?. Até um estudante da Universidade de São Paulo (USP) foi conhecer a ocupação da reitoria da UFPR e passar o feriado.

Júlia nome fictício de uma das estudantes no prédio, comentou que ontem foi um dia atípico, comparado com os últimos. Além de menos tensão, os trabalhos de limpeza, segurança, organização e outros – também estavam em ritmo de feriado. Ela conta que os estudantes se dividem em comissões de segurança, ética, comunicação, estrutura, mobilização e cultura. Nesses setores, eles se revezam, assim como na hora da limpeza.

Apesar de o prédio todo estar ?tomado?, a concentração fica no térreo e no segundo andar. A comissão de segurança fica na porta da reitoria, no térreo. Entram apenas os estudantes, professores que apóiam a ocupação e funcionários que precisam de algo. Esses precisam da autorização da comissão de ética.

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No térreo também fica a cozinha. Geralmente, o café-da-manhã é para todos. As demais refeições são feitas no Restaurante Universitário. ?Quem acorda primeiro faz café, enquanto outros vão buscar o pão?, diz Júlia. O dinheiro para o café e outras necessidades vem da ?caixinha da ocupação?, ou seja, da ?vaquinha? administrada pelos ocupantes.

No segundo andar, a sala do Conselho virou quarto. Logo na entrada está o cantinho dos sapatos, que ficam do lado de fora. Dentro, colchões, cobertores, travesseiros e outros itens que na situação são coletivos. ?As coisas aqui viraram coletivas. Tudo é de todos, até chinelos. São poucas as pessoas que têm roupa de cama fixa. Essa coisa de tudo no coletivo é algo bom dessa experiência?, comenta Júlia.

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Ela explica que no dia-a-dia, além das atividades específicas da ocupação, a vida dos estudantes segue normalmente. ?Vamos às aulas. Outros cumprem o estágio. Além das atividades acadêmicas normais, aqui tem muito que fazer. Estamos sempre fazendo coisas?, diz ela.

A estudante se refere a atividades como assembléias, debates, palestras, filmes, responder e-mails, atualizar o blog, limpar, arrumar, além de cuidar ?da decoração?. ?Estamos sempre fazendo cartazes, espalhando pelo prédio: são poesias, charges, lambe-lambes. Ficamos sempre trocando, para não cansarmos de ficar sempre vendo a mesma coisa?, diz Júlia.