Entre sexta-feira e 17 de junho, aproximadamente 300 estudantes de graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) estarão participando do projeto Fala Belém, que pretende colher cerca de 200 mil assinaturas de moradores em favor do Rio Belém. Segundo o professor de Engenharia Ambiental Arnaldo Carlos Müller, que coordena o projeto, a intenção é fazer com que as pessoas tomem a consciência da necessidade de recuperação do rio, poluído por receber esgoto e lixo.
Müller informa que as pessoas que participarem da pesquisa deverão também responder a três perguntas: o que o governo tem de fazer para melhorar o rio? O que o bairro precisa fazer? Como o próprio indivíduo pode contribuir? "Iremos tabular esses dados e apresentá-los para as autoridades a fim de que sejam tomadas providências. É importante saber como as pessoas percebem a questão ambiental que envolve o Rio Belém", considera.
Segundo o diretor do Curso de Engenharia Ambiental, Carlos Mello Garcias, o projeto é um trabalho acadêmico integrado com a sociedade. Ele alerta para o fato de as pessoas acreditarem que por viverem longe do rio, não contribuem para a sua poluição. Garcias, porém, explica que todos os que passam pela bacia do Rio Belém, que ocupa 40% da superfície da cidade, são de alguma forma responsáveis. "Uma grande quantidade de lixo informal, que não é coletado, é levado pelas chuvas para dentro do rio. Isso não é intencional, acontece de um modo casual. Muitas vezes há a percepção de que as favelas próximas ao rio é que são as responsáveis, o que não é verdade."
Müller afirma que para o Rio Belém ficar recuperado de modo a poder abrigar peixes novamente é preciso uma série de medidas. "É necessário evitar o lançamento de substâncias contaminantes, fazer uma limpeza, retirar o lixo e recuperar a paisagem, reconstruindo as margens." Mesmo essas ações acontecendo, o professor explica que é necessário uma contribuição de toda a população para que o rio se mantenha limpo.