Foto: Chiniti Kawamura/O Estado |
A última manifestação aconteceu em outubro. continua após a publicidade |
A briga dos estudantes de Curitiba pelo passe livre parece estar só começando. Na manhã de hoje, eles devem se encontrar na Praça Santos Andrade e realizar o ?Ato para o passe livre?, como foi batizado o movimento, com uma marcha até a Prefeitura. Ao menos é o que diversos membros de comunidades do orkut.com estão planejando, convocando estudantes de instituições como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Colégio Estadual do Paraná (CEP) à participação. Apesar de constar a observação ?movimento apartidário e pacífico?, algumas frases demonstram que a passeata até a Prefeitura, marcada para começar às 8h30, pode ser violenta.
O membro G., da comunidade do CEP, avisa: ?Todos de preto e com máscaras.? A manifestação é anunciada juntamente com o site do Movimento pelo Passe Livre, o www.mpl.org,br, que congrega estudantes de todo o País. Em seguida, o que parece ser o slogan do manifesto: ?Hj (hoje) eu tô pedindo… Amanhã tô invadindo?. O primeiro tumulto aconteceu há quase um mês e terminou em confusão em frente à sede da Urbs. Agora, é a Prefeitura que se prepara para o movimento, que promete barulho, ruas fechadas e reação à ação policial, como demonstra a colocação de outro membro da comunidade do CEP em resposta à convocação: ?É pacífico se a polícia n (não) vir e se formos atendidos!! Polícia é pra bandido, pra estudante não?. Mas nosso ato n (não) vai ser trenzinho não.. Muito barulho… Ruas fechadas… Protesto radical como tem q (que) ser feito.. É passe livre já!! Eu acho que o amanhã tá chegando hem prefeito??! Vamos ver qual vai ser sua resposta do Passe dia 25!!?.
Bombas
Na comunidade Movimento pelo Passe Livre, os estudantes fazem menção à bombas nas manifestações e enfocam que a polícia reage com grosseria. M. opina: ?ou diante da polícia todas as pessoas ficam imóveis sofrendo com o ataque sem desistir (…) ou então cada um leva um coquetel molotov na mochila e começamos uma guerra civil de vez…?. E outro estudante dá a dica: ?Peguem uma garrafa de cerveja e encham de gasolina e tapem a boca com estopa, ateiem fogo na estopa e joguem contra esses filhos da p… fardados!!!!?.
Os estudantes afirmam que vão às ruas exigir seus direitos, expressos na Constituição Federal. Ao que um deles, da comunidade do Cefet (atual UTFPR) questiona: ?Desde qd (quando) passe livre é direito? Se não cederem vcs (vocês) vão fazer o q (que)? Quebrar mais portas??, se referindo à manifestação na Urbs.
Prefeitura
A Prefeitura justifica não ser possível o passe livre aos estudantes porque a Rede Integrada de Transportes é auto-sustentável, e essa determinação encareceria a passagem dos não pagantes. De acordo com a Prefeitura, os passageiros que têm direito legal à gratuidade são idosos com mais de 65 anos, portadores de necessidades especiais e seus acompanhantes, aposentados por invalidez de baixa renda, carteiros, policiais fardados e oficiais de justiça, além dos próprios operadores do sistema (motoristas e cobradores). Além disso, também existe a isenção parcial para estudantes de baixa renda, que recebem o passe escolar no valor de 50% do preço normal da tarifa. Os benefícios representam 16% do preço final da passagem de ônibus, cobrado de quem paga a tarifa. A reivindicação do Movimento Passe Livre de gratuidade na passagem para 430 mil estudantes elevaria a tarifa para R$ 2,70, implicando em custos de quase R$ 1,6 milhão por dia.