Uma boca de lobo quebrada acabou com os últimos dias de férias do estudante Patrick Borges da Costa, 10 anos. Na semana passada, enquanto passeava com a mãe e um amigo na Rua Herecê Fernandes, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Patrick não viu a falha na estrutura e caiu. Sua perna direita ficou totalmente presa. Na queda, o menino sofreu cortes profundos e teve que levar sete pontos na altura da coxa. “Sangrei muito. Não gosto nem de lembrar”.
A irmã do garoto, Aline, afirma que a boca de lobo, que fica quase em frente a uma Unidade Paraná Seguro (UPS), está aberta há dois meses e oferece perigo aos moradores. “Como tem uma obra em frente, muita gente acaba andando pela rua mesmo e quem não sabe pisa em falso. No caso do meu irmão, a perna dele afundou inteira pra dentro do buraco, machucando muito”, diz.
Aline explica que os cortes foram profundos porque nas falhas da boca de lobo estão duas pontas de vergalhão de aço cortadas. “Podia ter sido uma lesão pior devido ao tamanho dos ferros no buraco. Imagina se pega uma veia importante. Poderia até matar meu irmão”, fala. Além do susto, a família de Patrick teve que arcar com os custos dos medicamentes para o tratamento. Só em remédios foram gastos cerca de R$ 100. “Não tínhamos esse dinheiro na hora, então tivemos que pedir pra nossa vizinha emprestar o dinheiro. Senão não sei o que faríamos”, desabafa.
Aline também reclama do atendimento da prefeitura após o acidente do irmão. Segundo ela, várias reclamações foram feitas através do telefone 156. “Ligamos diversas vezes e em todas elas os atendentes afirmaram que não poderiam fazer nada, pois foi um acidente. Mas o que queremos é que a boca de lobo seja consertada pra que ninguém mais caia. Imagine se um idoso ou uma criança menor cai ali. É perigoso”, diz. Patrick também quer que a boca de lobo seja fechada para evitar que outras crianças do bairro acabem se machucando. “Perdi parte das minhas férias tendo que ficar em casa com a perna esticada. Não quero que isso aconteça com um colega de escola ou um vizinho”.