Estudante espera julgamento na Indonésia

Continua o drama da empresária curitibana Clarice Gularte, cujo filho, o estudante de Administração Rodrigo Gularte, 32 anos, está preso na Indonésia acusado de tráfico de drogas. Dois meses se passaram desde a prisão do rapaz e muito pouca coisa aconteceu. Detido ao tentar entrar no país com seis quilos de cocaína dentro de pranchas de surfe, no último dia 31 de agosto, Rodrigo corre o risco de ser condenado à pena de morte. Porém, o andamento do caso tem sido bastante lento e, até agora, o jovem não passou por qualquer julgamento.

“Rodrigo deve ser julgado em quatro instâncias, mas por enquanto estamos apenas em ritmo de espera, aguardando o que a Justiça da Indonésia possa vir a definir”, diz Clarice. “Essa espera é angustiante. O que tem me dado força para agüentar essa situação é o apoio dos familiares e amigos. Meu filho é uma pessoa muito querida por todos.”

Apesar da angústia, a empresária tem se mantido forte. Entre os dias 11 de agosto e 3 de setembro, ela esteve com o filho na Indonésia e diz não acreditar que ele seja condenado à morte. “No começo, quando soube que meu filho havia sido preso, tive muito medo. Porém, fui à Indonésia e achei a polícia de lá bastante acessível. Pude ver que Rodrigo não está sendo vítima de maus tratos e tenho muita esperança de trazê-lo de volta ao Brasil, embora saiba que isso possa vir a demorar.”

Clarice conta que encontrou o filho com boa saúde e que, na prisão, o rapaz tem se apegado muito à fé em Deus, também tendo esperanças de retornar ao Brasil. “Rodrigo está bastante forte emocionalmente. No período em que fiquei na Indonésia, acompanhada de uma sobrinha, eu tinha encontros de uma hora com ele. Conversávamos bastante, mas ele não entrava em detalhes sobre o que aconteceu. Parecia que queria me poupar de alguma coisa. Por isso, até hoje não entendo direito o que aconteceu”, afirma.

A empresária revela que o filho tinha envolvimento com drogas, mas acredita que ele apenas consumia e não traficava. No momento em que Rodrigo foi preso, ele isentou os dois amigos que o acompanhavam da responsabilidade sobre os seis quilos de cocaína. Os dois rapazes retornaram ao Brasil.

Desde que voltou da Indonésia, Clarice não conversou mais com o filho. Ela escreveu cartas a ele, enviando-as através da embaixada do Brasil naquele país. Porém, não sabe se elas foram entregues. Só tem notícias do filho através do advogado indonêsio que acompanha o caso. No próximo ano, a empresária pretende fazer uma nova viagem para a Indonésia para visitar o rapaz.

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