Um projeto desenvolvido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com os ministérios dos Transportes e das Cidades e prefeituras deve reativar o sistema ferroviário em alguns trechos do País. No Paraná, o projeto beneficiará, inicialmente, o eixo Maringá-Londrina, ligando Maringá e Região Metropolitana a Londrina. O trecho, que beneficia as cidades de Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã, foi apontado como o segundo melhor classificado no estudo de viabilização ferroviária providenciado pelo BNDES. Um dos motivos é a construção da supervia Leste-Oeste de Maringá, que preserva os trilhos que passam pela cidade.
Para debater o retorno do trem de passageiros, aconteceu ontem, em Maringá, o Seminário Ferrovias Metropolitanas Eixo-Maringá Londrina, no Centro de Convenções Araucária. Segundo o diretor de Planejamento de Expansão e Marketing da Companhia Brasileira de Trens, Raul de Bonis Almeida Simões, as vantagens do resgate do sistema ferroviário de passageiros são muitas, especialmente se comparado ao custo de manutenção das rodovias. "O transporte ferroviário é mais seguro, mais rápido e menos poluente, especialmente com os equipamentos mais leves desenvolvidos atualmente."
Segundo Simões, os estudos da reabilitação do transporte ferroviário para passageiros vêm sendo desenvolvidos há alguns anos, mas agora ganharam força. "A parceria com indústrias de equipamentos pode ser determinante para a viabilização do projeto. Com equipamentos mais leves, produzidos dentro do Brasil, será possível não só a implantação do transporte como também fomentar reforçar a vocação das indústrias do setor", diz.
Segundo o diretor-presidente da Urbanização de Maringá SA (Urbamar), Fernando Maia Camargo, o projeto nacional coincide com as obras preparatórias realizadas para o rebaixamento da via férrea e a abertura de duas pistas rodoviárias ao lado da ferrovia, que consistirá na supervia Leste-Oeste. O novo eixo rodoferroviário permite viabilizar no futuro o sistema de Veículo Leve sobre Trilho (VLT), o metrô de superfície. "O projeto permitirá a manutenção da ferrovia, sem interferência de um sistema no outro", explica.
Se o entendimento entre o poder público e a iniciativa privada prosperar, é provável que em 2008 a reativação do transporte de passageiros no eixo Londrina-Maringá seja concluído. "Esse é o principal objetivo do simpósio: abrir o debate amplo sobre o tema", finaliza Camargo.