A má conservação de rodovias como a Régis Bittencourt (BR-116) e a Estrada da Ribeira (BR-476) causam transtornos aos motoristas. Além dos prejuízos financeiros, os usuários dessas estradas enfrentam o risco de acidentes.
O representante comercial Émerson Alan Vieira passa diariamente de três a quatro vezes pela BR-116 em Curitiba e pela Estrada da Ribeira, que dá acesso à sua casa, em Colombo. Os buracos nas duas estradas são os maiores inimigos de seu Monza.
Na última semana, ele teve duas rodas amassadas por passar em buracos na BR-116. O pior é que, há menos de um mês, também motivado por um buraco, ele teve que trocar outra roda. “Paguei R$100,00 para consertar essa roda. Não posso ficar arrumando as outras toda hora. Dependo do carro para sobreviver, e por ter que pagar consertos todo dia, não pude nem pagar o licenciamento do meu veículo”, confidenciou.
A reportagem do Paraná-Online acompanhou Vieira no trajeto que ele faz diariamente. Durante uma rápida passagem pelas duas BRs foi possível verificar a má qualidade do asfalto, o grande número de buracos e principalmente a deficiência em relação aos acostamentos. Um dos principais problemas é um buraco de cerca de um metro de diâmetro localizado no viaduto sobre a Avenida Victor Ferreira do Amaral. Os veículos, inclusive vários caminhões, passam pelo local em alta velocidade, correndo o eminente risco de sofrerem um acidente grave. “A estrada está cheia de ondulações. Os buracos tomaram conta da rodovia: nas pontes e viadutos, onde não há como desviar, também existem muitos buracos”, reclamou Vieira.
Na Estrada da Ribeira, próximo ao bairro Rio Verde, há um buraco de dois metros de diâmetro, que causa um transtorno gigantesco aos motoristas. Carlos Alberto Gobbo é proprietário de um posto de combustíveis bem próximo do local. Ele contou que nos finais de semana chega a socorrer mais de trinta motoristas envolvidos com acidentes no local. Além de tudo, com um volume de 40 mil veículos circulando diariamente na rodovia, são criados congestionamentos, principalmente no final da tarde. “Essa é a principal via de acesso de Curitiba a Colombo e está largada. Ninguém cuida”, reclamou Gobbo.
DNIT
O Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (DNIT) informou, através de sua assessoria de comunicação, que estão sendo feitas obras na medida do possível, apesar da falta de recursos do governo federal. A Estrada da Ribeira, apesar de federal, foi delegada ao Estado do Paraná no trecho do Atuba (Curitiba) até Bocaiúva do Sul. Apesar da necessidade de cerca de R$11 milhões para a manutenção da estrada, apenas R$ 1,7 milhão chegou ao DNIT.
A BR-116 também será delegada ao Estado nos próximos dias. Ela também passará a se chamar BR-476 no trajeto urbano dentro da capital. Conforme o DNIT, o Estado deve repassar a estrada ao município, que realizará obras de revitalização. Para uma restruturação da rodovia seriam necessários R$30 milhões, dinheiro não disponibilizado pelo governo federal.