O estado de conservação da estrada Mato Grosso/Ferraria, no município de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, vem gerando reclamações dos que moram nas proximidades ou passam constantemente pelo local. Cheia de buracos, estreita e sem acostamento, a rodovia representa riscos a pedestres e motoristas.
Em 2002, a Prefeitura de Campo Largo estabeleceu um convênio com o governo do Estado, através do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), para que o trecho da estrada entre a BR-277 e o Rio Passaúna fosse revitalizado. Pelo convênio, R$ 962 mil seriam repassados à Prefeitura e utilizados em obras de restauro. Porém, apenas R$ 274 mil já foram pagos. Cerca de 28% dos trabalhos previstos foram realizados.
“Quando o convênio foi fechado, achei que a estrada iria melhorar. Como ela é turística, imaginei que o fluxo de veículos iria aumentar e pensei até em montar uma lojinha de artesanato em frente a minha casa. Porém, até agora, muito pouco foi feito e as condições da estrada continuam péssimas”, comenta o marceneiro Dimocir Zappera, que mora há 46 anos na beira da estrada.
Segundo Dimocir, os moradores vivem amedrontados, pois os riscos de acidentes graves devido aos buracos no asfalto são constantes. “Duas pessoas, vítimas de acidentes, já morreram quase em frente à porta de minha casa. É terrível!”, afirma. “Quando um veículo quebra, o motorista não tem onde estacionar e os riscos são maiores ainda.”
O motorista Nestor Rodolfo Cristen, que trabalha com transporte escolar, passa quase todos os dias pela estrada, mas ainda tem medo de fazer o percurso. “Trabalho com crianças e tenho que tomar muito cuidado. Dirijo sempre devagarinho”, conta. “Nunca aconteceu comigo, mas já presenciei vários motoristas nervosos, com ônibus quebrados devido à buraqueira no asfalto.”
Os ciclistas que transitam pela estrada também reclamam. No local, a ciclovia muda de pista a todo momento e não é contínua. “Para andar na ciclovia, a gente tem que ficar atravessando a estrada a todo momento. Em alguns trechos, a ciclovia acaba e é preciso andar no asfalto. Como a estrada é muito estreita, isso atrapalha bastante os motoristas”, explica o auxiliar de serviços gerais, Francisco Heleno da Silva, que vai de bicicleta ao trabalho.
Prefeitura
De acordo com o secretário municipal de Infra-Estrutura de Campo Largo, Edson Leucz, o convênio com o Estado para restaurar a estrada Mato Grosso/Ferraria foi suspenso depois que o novo governo tomou posse. Porém, existem planos de retomada das obras. “Estamos em negociação com o governo para retomar o convênio. O único problema é que hoje precisaríamos de uma complementação de verba para dar continuidade às obras. Acho que a verba total deveria passar de R$ 962 mil para cerca de R$ 1,3 milhão”.
O DER, através de sua assessoria de imprensa, informou que a prioridade do governo do Estado é recuperar a malha estadual, mas confirmou que estão sendo realizadas conversações para retomar o convênio que prevê a recuperação da Mato Grosso/Ferraria.