continua após a publicidade

Buracos dificultam o tráfego
na Estrada Velha.

Passar pela Rua Mato Grosso, antes conhecida como estrada velha de Campo Largo, é um desafio e um perigo. Com cerca de 15 quilômetros de extensão, a via, que liga Curitiba a Campo Largo, está cheia de buracos.

O porteiro Márcio Tozato teve que colocar duas pedras em frente à sua casa. É que os carros que transitam por ali invadem a frente da residência para fugir dos buracos. “Tenho uma filha de seis anos que sempre está brincando ali e isso é muito perigoso”, diz.

Por toda a via, não há espaço para pedestres, que acabam tendo de andar pela rua. Nos poucos trechos onde há ciclovia, também se vê o abandono. Uma verdadeira cratera num dos trechos faz com que os moradores sejam obrigados e dividir o asfalto com os carros.

continua após a publicidade

A Rua Mato Grosso corta o distrito de Ferraria, que engloba mais de dez vilas. Ali moram cerca de 25 mil pessoas e passam pela estrada nove linhas de ônibus. O caminhoneiro Sidney Welter sente no bolso os reflexos da má conservação da rua. Ele, que precisa passar todos os dias pela Rua Mato Grosso, conta que é comum estourarem pneus em função dos buracos. “Por mês são dois pneus, no mínimo. E cada pneu para caminhão custa R$ 700. Não dá para continuar desse jeito”, reclama.

Protesto

continua após a publicidade

Nelson Silva de Souza, presidente da Associação de Moradores das Vilas Dona Fina, Bom Jesus, Jiuce e Déia, afirma que a população local está revoltada com a falta de atenção dos governantes. “É impossível continuar desse jeito. A estrada cheia de buracos impede o crescimento da região. Os comerciantes não são atraídos e quem perde é a população”, argumenta.

Hoje, os moradores farão uma reunião para registrar em ata as cobranças que precisam ser levadas à Prefeitura. “Além do problema da estrada, que é crítico, temos que lembrar a questão do esgoto e também a necessidade de melhoria do posto de saúde do bairro”, disse Souza. O documento final da reunião será protocolado na Prefeitura e a população local já determinou um prazo para receber alguma resposta: dia 28 de janeiro. Depois disso, caso não haja nenhuma ação, eles prometem fechar a BR-277 na altura da Rua Mato Grosso. “Queremos ver o que está sendo planejado para o bairro e queremos participar das ações”, afirma Souza.

R$ 51 mil liberados para os reparos

A Prefeitura de Campo Largo informa que já começou a reparar a Rua Mato Grosso. De acordo com Edilson Antônio Stroparo, diretor-superintendente da Companhia de Desenvolvimento de Campo Largo, a operação tapa-buracos teve início na sexta-feira passada. “Disponibilizamos R$ 51 mil para fazer essa obra emergencial. Mas nos últimos dois dias os trabalhos foram interrompidos devido ao mau tempo”, explica.

Stroparo comenta que nas gestões anteriores foi dado início ao recapeamento da rua. No entanto, apenas três quilômetros foram reparados. “Queremos dar continuidade ao projeto, mas estamos firmando convênios com o governo estadual para levantar verbas”, informa.

R$ 1,82 milhão já está liberado para realização de obras de melhorias no distrito da Ferraria. “Além do asfalto, é nossa meta melhorar a questão do esgoto. Hoje apenas 33% das casas de Campo Largo têm rede de esgoto. Vamos mudar isso”, promete Stroparo.

Fonte inaugurada por D. Pedro II está abandonada

Água da Fonte da Amizade
é imprópria para consumo.

Uma relíquia. Assim pode ser definida a fonte localizada na praça mais antiga de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. A Fonte da Amizade foi inaugurada em 1882. Em 1965 ela foi reconstruída e há cerca de 8 anos está completamente abandonada. O lugar, que antes reunia famílias e era uma atração, está feio e sujo.

Mesmo assim, moradores e pessoas que passam pela cidade bebem a água da fonte. A secretária Patrícia Marcelino trabalha em frente à Praça João Antônio da Costa, onde fica a fonte. Ela conta que correm boatos de que a água da fonte é mineral. “Mas aquela água não é própria para o consumo e, mesmo assim, as pessoas bebem. Não existe qualquer orientação e, nos dias quentes, o lugar fica cheio de gente”, relata.

A aposentada Eva Czuika mora há 30 anos na cidade e sempre que passa pela fonte aproveita para tomar água. “Adoro tomar a água dali. Esses dias vim aqui e peguei dois litros para levar para casa”, afirma. Jean Reinaldin, de 11 anos, lembra que existia um cartaz colado na fonte, informando que a água não deveria ser bebida. “Mas faz tempo que ninguém coloca o cartaz e todo mundo continua bebendo.”

De acordo com Edilson Antônio Stroparo, diretor-superintendente da Companhia de Desenvolvimento de Campo Largo, já existe um projeto de revitalização do patrimônio histórico, que prevê a melhoria da região onde está localizada a Fonte da Amizade. “Antes de mais nada, é preciso criar uma lei municipal sobre patrimônio histórico, que ainda não existe. Depois disso pretendemos melhorar a iluminação e o paisagismo da praça, além de restaurar a fonte”, explica. Quanto às condições da água que sai da fonte, Stroparo não soube informar se ela é imprópria para consumo ou não.