Fazer o percurso de cerca de 40 quilômetros entre os municípios de Tunas do Paraná e Adrianópolis é sempre um desafio. O trecho da Estrada da Ribeira (BR-476) entre os dois locais não é asfaltado, o que gera uma série de transtornos aos motoristas.
Em dias de sol, a poeira e as péssimas condições da estrada atrapalham, fazendo com que o percurso dure cerca de quatro horas e os riscos de acidentes sejam constantes. Em dias de chuva, a lama faz com que caminhões e mesmo veículos de passeio encalhem, muitas vezes obrigando os motoristas a passar a madrugada na estrada.
O caminhoneiro Valdemar Batista Faria passa quase que diariamente pela BR-476. Ele nunca precisou dormir na estrada, mas diz ter se deparado com diversos acidentes e veículos quebrados. “A durabilidade dos caminhões que passam pelo trecho não asfaltado da Estrada da Ribeira é mínima, gerando imensos prejuízos aos proprietários. Além disso, a estrada é perigosa. Está cheia de curvas fechadas e buracos. Dá medo passar pelo local.”
Para seguir caminho até o município de Apiaí, no Estado de São Paulo, o caminhoneiro Claudionor Abel da Silva teve que enfrentar o trecho entre Tunas e Adrianópolis. Ontem, ele passou pelo local pela primeira vez. “Estou assustado com a situação do trecho. Desde que entrei na via não asfaltada estou rezando para não cair uma chuva forte. Isso me impediria de chegar ao meu destino”, afirmou.
Dificilmente os caminhões que transitam no trecho sem asfalto conseguem trafegar a mais do que trinta quilômetros por hora. A maioria dos caminhoneiros não chega a engatar a terceira marcha em seus veículos. “Estou fazendo uma média de quatorze quilômetros a cada quarenta minutos. É muito cansativo”, queixou-se Claudionor.
Ciente do problema
O engenheiro e coordenador de obras do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit), Ronaldo de Almeida Jares, disse estar ciente dos problemas da BR-476 entre Tunas do Paraná e Adrianópolis. Segundo ele, existe um contrato de pavimentação fechado com a empresa J. Malucelli, que deve ser colocado em prática ainda no mês de fevereiro. “Espero que a ordem de serviço para que as obras tenham início seja liberada em poucos dias. A previsão é de que a pavimentação seja concluída dentro de um ano”, revelou. “Já existem recursos federais, na ordem de R$ 5 milhões, para que a pavimentação seja realizada.”