Foto: João de Noronha/O Estado

Barragem de Piraquara está com 55,6% de seu volume.

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A estiagem que assola o Paraná deve continuar, pelo menos, até a próxima semana. O Instituto Tecnológico Simepar não prevê chuva significativa para os próximos dias, já que as frentes frias que estão no extremo sul do Brasil não conseguem chegar ao Paraná.

Segundo o meteorologista Reinaldo Kneib, um fenômeno conhecido como bloqueio atmosférico vem ocorrendo há dez dias, impedindo a chegadas das frentes. ?Ele vai da superfície até aproximadamente 6 km e funciona como uma barreira?, diz. No jogo de forças entre as frentes frias e o bloqueio, o último está levando a melhor.

Mesmo com a permanência da estiagem, a Defesa Civil do Paraná descartou, por enquanto, a necessidade de decretar estado de emergência em Curitiba devido à estiagem. O órgão defende que neste momento, em função do baixo volume de água nos reservatórios que abastecem a cidade, a urgência é pelo racionamento. Ontem pela manhã, a barragem do Iraí – uma das três principais que abastece Curitiba e Região Metropolitana, com capacidade instalada de 58 bilhões de litros de água – estava com apenas 33,2% do seu volume normal.

A Sanepar continua mantendo a posição de que quando o nível do Iraí chegar a 30%, inicia o racionamento de água. Por precaução, um plano foi traçado com revezamento em sete regiões, com garantia de abastecimento a hospitais por meio de carros-pipa, caso o racionamento seja inevitável.

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Já a barragem do Piraquara, que armazena 23 bilhões de litros de água, estava com 55,6% do seu volume; e a barragem do Passaúna, que possui 40 bilhões de litros, mantinha 84,5% do seu volume. A grande dificuldade da Sanepar tem sido fazer com que a população economize. A meta da empresa era reduzir o consumo – cuja média hoje é de 590 milhões de litros por dia – em 20%. Mas desde o mês de junho houve uma redução de apenas 8%.

Para o chefe da Divisão da Defesa Civil do Paraná, capitão Maurício Genero, Curitiba precisa implantar o racionamento. No entanto, ele descartou que nesse momento seja decretado estado de emergência. ?Mas isso não significa que esse quadro não poderá mudar nos próximos dias?, falou. Segundo ele, para que isso ocorra são necessários avaliar alguns critérios, que passam por danos humanos, materiais, ambientais, econômicos e sociais. Caso isso venha a ocorrer, Genero explicou que não existem punições previstas para quem não colaborar, até porque a fiscalização é difícil. Mas não descartou que poderão haver enquadramentos em outras legislações, como por exemplo a ambiental.

Lavagem suspensa

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A Prefeitura de Curitiba anunciou que, a partir de hoje, os 1,8 mil ônibus do transporte coletivo de Curitiba e de 13 municípios da região metropolitana não serão mais lavados pelo lado de fora enquanto durar o risco de racionamento de água pela falta de chuva. A Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), empresa da Prefeitura de Curitiba que gerencia a Rede Integrada de Transporte (RIT), enviou um comunicado oficial às 22 empresas que operam as 390 linhas de ônibus da região, determinando que a limpeza dos ônibus seja feita apenas na parte interna dos veículos. Para lavar a parte externa, um ônibus de modelo convencional, com capacidade para 90 passageiros, o gasto de água varia de 400 a 450 litros. Um biarticulado precisa de 600 a 700 litros. Por causa da falta de chuvas, a troca de água nas 45 fontes da cidade também está suspensa desde o último dia 6.