Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Marcos Straioto: ?Está valendo mais vender em grande quantidade do que na feira?.

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As chuvas irregulares que caíram sobre o Paraná podem não ter solucionado o problema da estiagem, mas deram um pequeno alívio. Em Curitiba e Região Metropolitana, a variação de volume ficou entre 10 e 20 milímetros. Na Lapa, chegou a chover 30 milímetros.  

Após a chuva, chegou o frio. A frente fria que trouxe a precipitação ao Paraná já está em São Paulo, enquanto uma massa de ar polar vinda da Argentina começou a baixar a marcação dos termômetros. ?A tendência aponta para um domingo frio, com temperatura mínima de 5.ºC em Curitiba?, diz o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, Samuel Braun. Com a chegada do frio, a possibilidade de geadas é grande. ?Deve gear na segunda (amanhã) e na terça-feira?.

Pelo menos para a próxima semana, não são previstas chuvas. Sinal de que a estiagem vai perdurar. Mas quem anda pela feira do Alto da Glória, em Curitiba, nem imagina que não chove de modo significativo desde março. As cores variadas dos produtos expostos nas barracas comprovam que, pelo menos por ora, o consumidor não está tendo maiores problemas para encontrar verduras, legumes e frutas.

Os efeitos da forte estiagem que assola todo o Paraná vem sendo suprimidos com cuidados na utilização da água e apelo para poços nas propriedades. O produtor Marcos Straioto diz que, inclusive, tornou-se mais econômico devido ao iminente risco de racionamento. ?Por enquanto, estamos com boa quantidade de água na região de Almirante Tamandaré. Mas todos estão mais conscientes e economizando água?, diz. O cultivo de verduras em um local geograficamente favorável faz Straioto levantar a hipótese de aumentar a produção e incrementar a venda por atacado. ?Como em alguns locais a seca está sendo prejudicial, alguns produtos, como a couve-flor, estão mais valorizados na Ceasa. Está valendo mais vender em grande quantidade do que na feira?, diz.

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A feirante Carmita Dalmolin, que vende produtos adquiridos na Ceasa, diz até se surpreender com o fato da oferta dos produtos não estar desfalcada. ?É de se espantar, porque a estiagem este ano está muito forte. Mas estamos encontrando todos os produtos e os preços são relativamente os mesmos?, diz.

Já Maria Inês Suonski diz que sentiu alta em alguns produtos, como o limão, que segundo ela teve 40% de aumento. ?Sentimos diferença também no preço da vagem, do quiabo, do chuchu, da couve-flor e do brócolis. Em compensação, o alface está mais em conta?, diz. Marcelo Suonski, que trabalha com Maria Inês, diz que não foram só os preços que mudaram um pouco. ?A qualidade dos produtos também está um pouco pior. O limão e o quiabo estão mais amarelados?. A grande preocupação da dupla, no entanto, é a possibilidade de gear amanhã e terça-feira. ?Temos alguns fornecedores que não têm estufa e podem perder tudo caso a geada venha?. A produtora Margarida de Lourdes é uma que está preocupada com a geada. ?Não tenho como cobrir toda a produção e certamente terei perdas?, diz.

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