Estado terá 13 mil novos casos de câncer em 2010

Segundo a publicação Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), surgirão 489.270 novos casos da doença no País neste ano.

O tipo de câncer mais comum é o de pele, seguido de pulmão, próstata, estômago, cólon e cabeça/pescoço para os homens; e mama, colo do útero e pulmão para as mulheres. O alerta para a necessidade da prevenção foi reforçado ontem, no Dia Mundial de Combate ao Câncer.

No Paraná, o Inca estima para este ano a confirmação de 3.620 casos de câncer de próstata, 1.230 de traqueia/brônquios/pulmão, 1.130 de estômago e 1.030 de cólon/reto em indivíduos do sexo masculino. Nas mulheres, a incidência deve ser de 2.990 casos de câncer de mama, 1.250 de colo do útero, 1.030 de cólon/reto e 720 de traqueia/brônquios/pulmão.

Flávio Tomasich, superintendente do Hospital Erastro Gaertner – referência em tratamento de câncer -, conta que a exposição aos riscos ambientais e o gradativo envelhecimento da população contribuem para o aparecimento do câncer. Não existe outro caminho para tentar fugir do câncer a não ser a prevenção.

“Isso está condicionado aos hábitos de vida. É preciso evitar o tabagismo, ter uma alimentação balanceada, atividade física regular e diminuir o nível de estresse”, comenta.

As consultas médicas regulares são muito importantes, especialmente para quem tem casos de câncer na família. Alguns tumores têm características de hereditariedade. “Isto não quer dizer que a pessoa vai ter câncer, mas a preocupação é maior”.

De acordo com Sidneya Marques, chefe do Departamento de Atenção ao Risco da Superintendência de Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, o diagnóstico precoce deve ser levado a sério. O Paraná tem, desde 2008, o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade por Câncer.

O câncer, além das implicações físicas, traz consequências psicológicas, econômicas e familiares. “Quando você recebe o diagnóstico, não sabe se a dor é mais física ou emocional. Você acha que está diante da morte ou de um pouco de vida”, revela Valéria Lopes, que teve câncer de mama há 13 anos e vice-presidente da Associação Amigas da Mama.

Elas recebem apoio psicológico e jurídico, além de participarem de atividades artísticas e terapêuticas. “Também emprestamos perucas e doamos próteses de silicone para serem colocadas nos sutiãs”, explica a presidente da Amigas da Mama, Maria Inês Malanga, que teve câncer há sete anos.

Além de lidar com a doença, muitas mulheres precisam ainda correr atrás de seus direitos. “Elas perdem o emprego assim que contam que têm câncer. Ou ainda encontram dificuldades para a retirada do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Qualquer pessoa com neoplasia pode retirar esses valores”, esclarece Valéria. Mais informações da Amigas da Mama: (41) 3223-2208.