Estado não registra mortes nos conflitos agrários em 2009

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou, ontem, um balanço da violência no campo nos seis primeiros meses do ano. Segundo o levantamento, não foram registrados assassinatos por conta de conflitos rurais no Paraná neste período. De acordo com a CPT, de janeiro a junho de 2009, o número de conflitos no campo no País apresentou queda de 46%, em relação a igual período de 2008.

No Brasil, foram registrados de janeiro a junho 366 conflitos no campo, envolvendo mais de 193 mil pessoas, com 12 assassinatos, 44 tentativas de assassinato, 22 ameaças de morte, seis pessoas torturadas e 90 presas.

No mesmo período de 2008, foram contabilizados 678 conflitos, com envolvimento de mais 301 pessoas e 13 mortes. Segundo o levantamento, no entanto, houve crescimento no número de tentativas de assassinato, de 32, em 2008, para 44, em 2009.

No Paraná, o último assassinato envolvendo conflitos de terra foi registrado em 30 de março de 2008 crime que vitimou líder Eli Dallemole, no município de Ortigueira.

O Estado é o sexto com o maior número de conflitos. No primeiro semestre de 2009, o Paraná registrou 23 conflitos, envolvendo 4.121 pessoas. Em todo o ano passado, o Estado havia contabilizado 54 registros.

O Paraná também é o sexto estado que mais registrou ocorrências de violência contra a ocupação e a posse no primeiro semestre, com 16 das 246 ocorrências no País. Segundo a CPT, 45 das 811 famílias envolvidas nas ocorrências foram expulsas das ocupações, enquanto outras 86 foram despejadas.

A média de pessoas envolvidas nos conflitos é maior em 2009. A média nacional, em 2008, era de 445 pessoas envolvidas a cada conflito. Em 2009, este número saltou para 528.

O levantamento também apontou para 265 casos no Paraná em que famílias foram submetidas à ação de pistoleiros. Em números de pistolagem, o Estado só fica atrás da Bahia, que registrou 744 casos, e Ceará, com 900 casos.

Em todo o País, foram registrados 2.915 casos de pistolagem de janeiro a junho. No ano passado, o número de casos de pistolagem no Paraná (855) só foi inferior diante dos registros do Pará (2.311) e do Maranhão (944).

O presidente da CPT no Paraná, dom Ladislau Biernaski, confirma que os números da violência no campo vêm caindo no Estado, porém continuam apresentando índices preocupantes.

Para ele, os índices mais animadores se devem a algumas medidas tomadas pelo governo e pelos órgãos de atuação pela reforma agrária. Segundo Biernaski, o número de assassinatos cai à medida em que se efetivam os assentamentos.

“No Paraná há uma melhora na vontade política. Já percebemos uma melhora no volume de assentamentos, apesar de eles ainda serem em número pequeno”, afirma.

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