A forte chuva da manhã desta quarta-feira (18) castigou usuários e cobradores que estavam nas estações-tubo Bento Viana e Passeio Público. Ambas passaram por reformas e foram reinauguradas recentemente, no entanto, ainda faltam elementos de infraestrutura, como portas e elevadores, além da vedação precária que não impediu a infiltração de água da chuva.
Indignados com a situação, representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), por volta das 8h40, foram até os pontos e retiraram os cobradores, alegando condições inadequadas de trabalho. O vice-presidente do Sindimoc, Dino Cesar Morais de Mattos, afirmou que a fiscalização em dias de chuva já é uma ação antiga da entidade, já que os problemas estruturais com as estações-tubo são constantes.
Para tentar resolver a situação, o Sindimoc encaminhou os trabalhadores até à Delegacia Regional do Trabalho e protocolou uma queixa contra as condições de trabalho. “Lá na delegacia conversamos com as empresas para que não exista retaliação contra os funcionários”, comentou Mattos, já que as estações-tubo ficaram ociosas por quase trinta minutos, em que não houve cobrança de passagem. A situação só foi normalizada quando fiscais da Urbs chegaram.
Em nota enviada à imprensa, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) confirmou a ação do Sindimoc e chamou a retirada dos funcionários de arbitrária. De acordo com o sindicato patronal, enquanto as estações tubo operaram sem cobradores, passaram 250 pessoas sem pagar passagem, sendo 150 na estação Bento Viana e 100 na Passeio Público.
Responsabilidade
Como os problemas enfrentados por cobradores e passageiros referem-se à estrutura das estações-tubo, a responsabilidade pela solução é da Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo em Curitiba. A assessoria de imprensa da autarquia afirmou que a empresa contratada para reformar os dois pontos não teria entregado as portas e fornecido os ajustes necessários para completar a empreitada.
Como a empreiteira não terminou a obra, a Urbs ficará responsável por finalizá-la e para isso existe um prazo de 60 dias. Na tentativa de evitar que a situação se repita, estudos estão sendo realizados para descobrir quais as medidas serão tomadas a curto prazo. Por quanto, não existe nada efetivo.
Marco André Lima |
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Ofélia: desde o ano passado tem sido assim. |
Indignação
A cobradora Laura Cristina Jesus, 24 anos, não estava na estação-tubo no momento da chuva, mas contou que os colegas foram tirados dali pelo sindicato por volta das 08h40. Ela também já sofreu com as condições do local. “Já me molhei, porque vem chuva dos dois lados e não tem proteção nenhuma”, afirmou. “Mesmo vindo bem agasalhada, quando chove não adianta muito não”, completou.
A colega de Laura, a cobradora Valdelia Cassia Araujo, 32, também está insatisfeita. “Enfrentar o vento e a chuva é o pior”, disse. Ela contou que os trabalhadores não foram informados sobre a data em que as portas devem ser instaladas.
Ofélia Borges da Silva, 67, pega o biarticulado na estação-tubo da Bento Viana com frequência. Ela lembrou que os agasalhos dos cobradores não foram entregues. “Desde o ano passado estão falando disso”, disse. Para os passageiros, a situação também está ruim. “Quando chove não tem onde se esconder”.