A espera de Sandra Moreira da Silva por uma indenização do Estado do Paraná já dura 15 anos. Somente nesta semana ela descobriu que a demora está sendo maior por conta de um erro no cartório cível da cidade onde mora, Dois Vizinhos, na região sudoeste do Estado.

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Há 17 anos, quando ainda era adolescente, Sandra foi atingida por um disparo de arma de fogo de um policial a paisana, que a confundiu com uma namorada. Depois do ocorrido, Sandra ficou paraplégica, parou os estudos e não pôde trabalhar.

Com dificuldades financeiras, o problema de saúde de Sandra se agravou e, segundo conta, a indenização pela qual espera pode ajudar a melhorar a vida que leva. Desde a época do acidente, ela recebe uma pensão mensal do Estado, que é vitalícia, mas não suficiente.

Segundo o advogado de Sandra, Celso Mozart Saldanha Júnior, a cliente já ganhou o processo de indenização e foi emitido um precatório em abril de 2007 para fazer o pagamento, que hoje deve estar na faixa de R$ 100 mil a R$ 120 mil.

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No entanto, por causa de um erro no cartório cível de Dois Vizinhos, o processo estava parado desde então. Nesta semana, Sandra descobriu que o cartório deveria ter emitido um documento de cobrança e enviado para Curitiba, o que não ocorreu.

“O que mais magoa é saber que faz dois anos que o Estado foi sentenciado a pagar a indenização, com a qual eu poderia comprar muitas coisas que eu preciso há tempos e que fiquei impossibilitada de conquistar durante todos esses anos porque não posso andar, e por um descuido essa conta ainda não chegou ao Estado”, desabafa Sandra.

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Agora, a promessa é que a emissão do documento aconteça até o mês de junho. Se enviada até o meio do ano, de acordo com o advogado Saldanha Júnior, a cobrança pode entrar na planilha orçamentária de 2010.