Michely Algauer/Colaboração |
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Especialistas não se entendem na busca de uma solução pros acidentes na João Negrão. |
Apesar de toda tecnologia na sinalização de aviso da limitação de altura na Rua João Negrão, a Ponte Preta continua gerando divergências entre instituições que sugerem alternativas para dar fim ao problema. Na segunda-feira, mais um caminhão ficou preso sob a ponte. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), acontece, em média, um acidente no local a cada mês. Mas a solução para o problema parece estar longe de acontecer, dadas as divergências de sugestões.
Enquanto a Setran defende que uma das alternativas é a elevação do nível da ponte, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) continua afirmando que mexer com a estrutura do monumento está fora de cogitação. “Trata-se de uma questão de respeito à legislação, você não ouve falar em multa aos motoristas que ficam presos na ponte. Se não houvesse uma alternativa de vias ali, o Conselho Estadual de Patrimônio Histórico poderia estudar um alternativa para possibilitar a mudança. Mas a 50 metros tem uma via tranquila para desviar e pouco a pouco mais de cem metros tem outras vias que fazem a ultrapassagem daquele ponto”, explica o superintendente do Iphan, José La Pastina Filho, que sugere a redução do nível da pista.
Já a Setran afirma que a redução do solo implicaria em outros problemas. “O desnível, para a canaleta é complicadíssimo. Essa mudança traria problema de segurança. Ao passar no desnível, o biarticulado poderia ter mudança de direção, rebatimento de para-choque, trazendo instabilidade para o veículo”, aponta o coordenador de planejamento de sinalização da Setran.
Por sua vez, o engenheiro Euclésio Finatti, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), defende que o rebaixamento do nível da pista não é uma obra que coloque em risco a passagem dos ônibus na canaleta. “Atrapalha a canaleta em partes, mas não impede que o ônibus passe por ali. Com a engenharia você pode resolver, mas é uma obra que pode ser cara”, explica.
Porém o engenheiro José Ricardo Vargas de Faria, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), aponta como melhor alternativa aumentar o rigor na fiscalização. “Você não pode mexer na altura da ponte porque precisa preservar o patrimônio e o rebaixamento do nível da pista trará problemas de drenagem. Ali já é uma parte baixa da cidade, e o rebaixamento da pista não é uma solução simples. O melhor é desviar o trânsito ou aumentar a fiscalização”, afirma José Ricardo, que é professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Vizinhos já estão acostumados
Os comerciantes da região da Rua João Negrão, no cruzamento com a Avenida Sete de Setembro, já não se espantam mais com os caminhões que ficam presos sob a Ponte Preta. Na segunda-feira passada, mais um acidente foi registrado. Um caminhão, com altura superior a 3,6 metros ficou preso sob o antigo viaduto.
“Temos um álbum de fotos de acidente aí na ponte. O local está bem sinalizado, acho que é falta de atenção mesmo dos motoristas”, comenta Michely Algauer, farmacêutica que trabalha em um estabelecimento na esquina da Ponte Preta há 9 anos.
Ciciro Back |
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Jurandir já correu pra avisar um caminhoneiro e evitou o choque. |
O lubrificador Jurandir Almeida, que trabalha no posto de combustíveis em frente à farmácia de Michely, também já presenciou vários acidentes e em alguns casos conseguiu evitar o pior. “Teve um motorista de um caminhão baú que consegui avisar e ele desviou a tempo, entrando na Sete de Setembro. Mas, há uns seis meses, tentei avisar outro motorista e não consegui porque ele estava com os vidros fechados. Ele acabou batendo e destruindo o baú”, conta Jurandir.
Ciciro Back |
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Michely montou um álbum com fotos dos acidentes: “Falta atenção”. |
Para os comerciantes e empresários de região, o problema não é a falta de sinalização, mas a falta de atenção dos motoristas. “Há sinalização sonora, visual, o problema é de atenção dos motoristas mesmo”, comenta o empresário Ricardo José de Freitas, que tem uma farmácia próxima ao local desde 2010 e já registrou vários acidentes.