Os avanços obtidos desde o primeiro transplante de medula óssea na América Latina, realizado há 30 anos, estão em discussão em Curitiba, no 13º Congresso Brasileiro de Transplante de Medula Óssea.
Segundo o hematologista Ricardo Pasquini, as técnicas avançadas aumentam as chances de sobrevivência dos pacientes. Pasquini chefiou a equipe multidisciplinar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, que realizou, em 1979, o primeiro transplante de medula óssea na América Latina.
O médico destacou que, entre os transplantados que recebem a medula de doadores que não são parentes, as chances de cura chegam a 40%.
A falta de leitos é apontada pelos participantes do congresso como o principal problema dos centros transplantadores atualmente, assim como a falta de infraestrutura e de equipes especializadas. “Mesmo entre os que já conseguiram doador, esse problema reduz as chances de sucesso do procedimento, diminuindo a sobrevida do transplantado”, disse Pasquini.
O coordenador do Centro de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Fernando Bouzas, reconhece que o Brasil enfrenta problemas ocasionados pela falta de leitos, mas destaca que há progressos. “Em 2003, o país tinha apenas dois centros transplantadores, hoje são mais de 52.”
O hematologista Ricardo Pasquini afirmou que há um importante esforço por parte do governo federal no sentido de recrutar doadores não aparentados e incluí-los no Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome), assim como oferecer aos pacientes novos tratamentos e exames especializados.
Atualmente, segundo o coordenador do Centro de Medula Óssea do Inca, estão cadastrados no Redome 1,3 milhão de pessoas. De acordo com ele, é o terceiro maior registro de doadores de medula no mundo. “Com isso aumentam as chances de se encontrar um doador compatível com pacientes que precisam do doador não aparentado”, ressaltou.