De 2003 a 2005, a empresária e escultora Adriane Müller viveu uma das experiências mais importantes de sua vida. Pela primeira vez uma mulher civil entrou na Penitenciária Central do Estado para interagir com os detentos. Através da arte, conseguiu aliviar um pouco a dura rotina da prisão. Em dois anos, capacitou um grupo de presos, que acabou formando uma cooperativa e hoje comercializa o próprio trabalho.
Adriane faz esculturas em pedra- sabão e estava precisando de mão-de-obra para sua empresa. Não sabe ao certo porque escolheu a penitenciária, mas sentia que precisava do desafio. Conta que o início foi muito difícil, porque alguns deles não pegavam em ferramentas para trabalhar há mais de 10 anos. Mas aos poucos, o resultado foi aparecendo. Depois de ensinar a arte, Adriane ajudou-os a caminhar com as próprias pernas. Por intermédio dela, conseguiram um curso do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre empreendedorismo e da Universidade Federal do Paraná sobre cooperativismo. Ela doou as ferramentas e o maquinário, os presos montaram uma cooperativa e vendem os produtos que fabricam. Além do sentimento de dever cumprido, Adriane ganhou este ano o Prêmio Mulher Empreendedora do Ano, do Sebrae. Sua experiência será contada em um livro, com lançamento previsto para abril.
