Foto: Ciciro Back |
Serão leiloados 4 conjuntos. continua após a publicidade |
A Justiça Federal em Curitiba manteve a realização do leilão dos imóveis do ex-deputado Tony Garcia para o próximo dia 28. Na semana passada, advogados de Garcia protocolaram um pedido de suspensão do leilão, que foi indeferido pelo juiz federal Sérgio Fernando Moro na sexta-feira.
Os quatro conjuntos comerciais de Tony do Edifício Curitiba Trade Center – Office Building, localizados na Alameda Dr. Carlos de Carvalho, serão vendidos por conta da indenização aos cerca de quatro mil associados do Consórcio Nacional Garibaldi, do qual Garcia era sócio ativo. A 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba havia determinado o pagamento de R$ 10 milhões em duas parcelas e, como não ocorreu o pagamento da primeira parcela, de R$ 5 milhões, a Justiça determinou o leilão.
Adquiridos pela empresa Baltimore S/A, de propriedade do ex-deputado, em 1997, os imóveis foram comprados por R$ 881 mil. A avaliação feita pela Justiça para a primeira praça do leilão é de R$ 465.885 para cada conjunto comercial, que tem 321 metros quadrados de área.
Caso não sejam vendidos no dia 28, os imóveis participam da segunda praça do leilão, marcada para 13 de março. Nessa fase, os imóveis serão comercializados por 60% do valor inicial, o que corresponde a pouco mais de R$ 279 mil cada.
Como todos os imóveis estão locados, a procura deve ser grande. ?Leilão é sempre uma caixinha de surpresas. Mas como esses são imóveis muito bons, estão bem localizados e já têm inquilinos, tornam-se interessantes ao investidor, que passa a ter uma renda imediata?, analisou Jorge Nogari, o leiloeiro indicado pela Justiça Federal.
A expectativa é que haja interessados já na primeira praça, por conta do preço avaliado como ?atrativo? por Nogari. ?No segundo a disputa pode ser maior e corre-se o risco de pagar um valor até superior ao da avaliação inicial?, disse o leiloeiro. O leilão acontece às 14h do dia 28, na Rua Chanceler Lauro Muller, 45, no Parolin.
O consórcio
Fechado pelo Banco Central em 1994, o Consórcio Garibaldi rendeu diversas ações a Tony Garcia, que foi denunciado pela Procuradoria da República no Paraná em 1996. Segundo as ações judiciais, as irregularidades na empresa envolveriam mais de R$ 40 milhões.
Acusado de gestão fraudulenta, Garcia foi enquadrado em diversos dispositivos da Lei 7.492, que trata do Sistema Financeiro Nacional, e do Código Penal Brasileiro, por desvios de recursos; abonos irregulares; quitações simuladas de parcelas de consórcios em prejuízo dos grupos; cobrança irregular de sobretaxa de administração de seguro e outras taxas; contabilidade paralela nas contas bancárias; informações falsas na contabilidade, troca de bem objeto; atuação como seguradora e reajuste irregular de saldo de caixa.