A associação reúne interessados de
todas as idades em aprender o surf.

O verão é uma ótima oportunidade para começar a praticar esportes. Estando no litoral, uma das primeiras opções é o surf. Mas para quem pensa que apenas jovens, atléticos e com muita experiência com as ondas podem surfar, se engana. Em balneário Caiobá, município de Matinhos, uma escola de surf é a prova de que o esporte independe de idade e pode até ser praticado em família. 

A escola funciona diariamente com aulas de hora em hora para turmas de doze pessoas. Os organizadores são os surfistas da Associação de Surf do Pico de Matinhos (ASPM), com apoio do município, do Serviço Social do Comércio (Sesc) e da HB. As pranchas, as roupas adequadas e a parafina são oferecidas pela escola. ?Cobramos uma taxa apenas para custear essas despesas?, contou o instrutor Gerson Mello. Ele salientou que não há momento certo para iniciar no esporte. ?A iniciação pode ser com dois anos ou depois dos oitenta?, disse.

As aulas abrangem inicialmente a teoria, que é feita ainda na areia. Depois disso, os alunos fazem um aquecimento e já vão para a água. Sempre acompanhados pelo instrutor. ?Normalmente na primeira aula o aluno já consegue ficar em pé na prancha?, afirmou, animando os candidatos a surfista. ?Com quinze ou vinte dias a pessoa já aprende o básico. Aí basta apenas desenvolver a técnica?, explicou.

Família

As irmãs Juliana e Danieli Alberti, de 13 e 12 anos respectivamente, começaram a surfar este ano. ?Hoje foi minha primeira aula e amanhã vou voltar. Nunca tinha feito, mas estou gostando?, contou Juliana. Danieli, que foi a pioneira da família no surf, disse que sua segunda aula foi bem interessante. ?Já estou aprendendo bem?, revelou.

O engenheiro civil João Carlos Teixeira tem 40 anos e lembra que tentou surfar poucas vezes na vida. ?Uma ou duas vezes durante a adolescência?, lembrou. Hoje, ele, além de aprender a surfar, está vendo sua filha Maria Júlia, de 11 anos, fazer o mesmo. Pai e filha estão descobrindo juntos a magia do esporte. ?Fiz a primeira aula e já subi na prancha. A rapaziada aqui nos ensina bem, eles são muito dedicados?, salientou.

Teixeira contou que há três temporadas tentava encontrar uma escola de surf para sua filha, mas não conseguia. ?Teve um ano que emprestamos uma prancha de um amigo, tentamos, mas não deu nada certo. Agora estamos conseguindo?, disse o surfista quarentão, destacando que os instrutores sabem a hora certa de colocar a pessoa nas ondas.

A estréia só aos 57 anos

Esporte é saúde e não tem idade. Assim pensa o eletrotécnico José Szuchman (foto), 57 anos, aluno da escola de surf da ASPM. Ele já realizou três aulas e diz estar aprendendo bem. ?Já fiquei em pé na prancha?, contou, contente com seus avanços. Esporte para ele não é novidade. ?Eu faço vôlei e natação?, revelou.

O novo surfista contou que antigamente praticava body board com os filhos pequenos. Um de seus filhos também resolveu enfrentar as ondas e ser surfista, mas Szchman nunca ia com ele. ?Sempre tive vontade de aprender, mas faltava oportunidade?, relatou, destacando que sua família sempre lhe deu apoio para prática de atividade física. ?Vou fazer mais aulas e se eu ficar, outras pessoas da família podem vir a fazer?, salientou.

Oficinas de pranchas têm grande movimento

Na temporada de verão, a quantidade de surfistas que está no litoral do Paraná aumenta significativamente. As quebras de prancha também. Mas no centro de Matinhos há um lugar específico para se arrumar pranchas. A Oficina do Surf é onde os surfistas de menos sorte levam seus equipamentos para arrumar.

O responsável pelos consertos é Leonidas ?Dondi? Vilatore Júnior. Ele contou que conserta pranchas há vinte anos. ?Comecei arrumando para os amigos e depois acabei abrindo a loja?, lembrou, destacando que durante a temporada deve consertar cerca de duzentas pranchas. ?Agora mais gente conserta prancha. Antigamente era só eu. Consertava quatrocentas numa temporada?, relatou.

Além do conserto, a Oficina do Surf, que fica próxima ao mirante, vende pranchas e roupas para surf. ?Agora estou alugando pranchas também?, disse. Dondi explicou que as quilhas são as partes que mais quebram. ?Reformamos qualquer prancha. Quebrada nos extremos, rachada no meio, esses também são problemas que acontecem?, disse.
Uma prancha de surf é composta de espuma de poliuretano no interior e fibra de vidro por cima. O custo de uma prancha nova varia de R$ 400 a R$ 800. Por isso muitos mandam reformar as danificadas.

Investimento vai continuar, diz Requião

O governador Roberto Requião esteve ontem visitando o município de Matinhos. Em reunião na Prefeitura, o governador comemorou a volta da água ao litoral paranaense, depois de anos com freqüentes problemas para o abastecimento da população.

Requião ressaltou que os investimentos no litoral do Estado seguirão durante todo seu governo, enfatizando que, em breve, todos que procurarem as praias paranaenses para passar a temporada de verão terão toda a infra-estrutura necessária de água e esgoto em pleno funcionamento. ?O litoral teve algumas vantagens este ano. Não faltou água pela primeira vez em décadas, e os serviços de salva-vidas estão sendo praticados com intensidade pelos bombeiros?, lembrou o governador.

No lançamento da Operação Viva o Verão, dia 20 de dezembro, o vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento Orlando Pessuti e o presidente da Sanepar, Caio Brandão, inauguraram obras de ampliação do sistema integrado de abastecimento Matinhos-Pontal e no sistema de Guaratuba, no valor de R$ 35 milhões, que irão beneficiar cerca de 703 mil habitantes.

Com esse investimento, a Sanepar pretende acabar com o problema da falta de água nos municípios de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba. ?Continuamos com os investimentos de esgoto, que é o que está faltando. O litoral está tendo investimentos sensíveis em Guaratuba e em Matinhos, por exemplo, com o apoio do governo do Estado. E com isso nós estamos recuperando anos de paralisação em investimentos no litoral?, concluiu Requião. ?O gol desta temporada foi que não  houve falta d?água depois de décadas?, disse o interventor da prefeitura de Matinhos, José Maria Corrêa.

Pedágio

O governador se disse satisfeito por ter vencido a batalha contra o aumento do pedágio que as concessionárias pretendiam fazer antes da temporada. Ele comentou sobre suas expectativas para o ano que está começando. ?Esperamos resolver esse problema definitivamente durante este ano, baixando o pedágio de uma forma consistente e verdadeira ou o Estado tomando conta dessas praças e fazendo o serviço por um preço baixo?, afirmou.

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