Na última quinta-feira a Secretaria Municipal de Educação de Araucária interditou, por medida preventiva, a Escola Municipal João Sperandio, no bairro Rio Abaixinho, deixando os alunos sem aulas. O colégio foi fechado depois que um laudo técnico preliminar apontou que toda a estrutura do prédio está comprometida. De acordo com o levantamento – realizado por uma empresa especializada em patologias prediais -, existem vigas em que o concreto chega a ter 38% menos do que o mínimo exigido e o aço passa de 45%.
?O diretor da escola e diversos pais já reclamavam desde o ano passado da estrutura. Por insistência deles realizamos o laudo e descobrimos estes dados alarmantes?, conta a secretária municipal de Educação, Ivana Opis.
A um preço de cerca de R$ 1,6 milhão, a escola foi inaugurada em julho de 2004 e, desde o começo deste ano, começou a apresentar problemas de estrutura, como rachaduras profundas. Em março, a Prefeitura interditou o pavimento inferior e solicitou um laudo que mostrasse a real situação da obra. ?É inadmissível que alguém ponha em risco a vida de crianças para desviar algum dinheiro. Além de construir a escola fora das especificações, a empreiteira ainda utilizou material de baixa qualidade?, indigna-se a secretária.
A obra foi feita pela Construtora Arauconstru Ltda, que já fechou as portas. O secretário de Obras Públicas, Conrado Farias de Albuquerque, diz que a Prefeitura aguarda apenas a entrega do projeto quantitativo – que faz parte do laudo técnico encomendado – para entrar com uma ação judicial no Ministério Público. ?Vamos acionar a empresa executora para que faça o ressarcimento do que foi gasto para a construção da escola e o que teremos que desembolsar para consertá-la?, explica.
Segundo o secretário, os proprietários responderão, inclusive, processo criminal, já que a obra representa uma ameaça à vida dos alunos e funcionários.
Aulas
A Prefeitura de Araucária irá alugar 12 salas em uma faculdade da região para que os alunos continuem a ter aulas. ?O problema é que o novo local fica do outro lado da cidade e precisaremos arrumar transporte para os estudantes?, diz a secretária de Educação. Ela explicou que isso será feito através de uma licitação emergencial e que espera que os alunos possam voltar às aulas na próxima semana. ?E todo esse gasto extra será cobrado na Justiça de quem construiu a escola?. Ela acrescentou, também, que as aulas perdidas serão repostas.