Escola destrói armas de brinquedo dos alunos

Os alunos da Escola Municipal Mansur Guérios, da Vila Sabará, em Curitiba, acompanharam ontem a destruição de cerca de duzentas armas de brinquedo. As peças foram trazidas pelos próprios alunos, que receberam em troca outros brinquedos, como carrinhos, bolas e bonecas. A iniciativa faz parte do Escola Participativa, projeto que incentiva professores, pais e alunos a divulgar a cultura da paz.

A diretora da escola, Elizabete Breis, disse que o objetivo da troca dos brinquedos é trabalhar com as crianças a prática da não-violência. Segundo ela, metade dos 924 alunos respondeu positivamente à idéia. Quem aderiu, declarou a sua decisão por meio de frases e cartazes que foram expostos no pátio da escola. Os novos brinquedos foram comprados com dinheiro da venda de lixo reciclavél que as próprias crianças trouxeram. “A destruição das armas representa o slogan que divulgamos entre os alunos, de brincadeira sim, violência não”, disse Elizabete.

A iniciativa teve o apoio dos pais. A auxiliar de cozinha, Neuza Barbosa da Silva disse que a neta de oito anos optou em trocar a arma por um outro brinquedo. “Acho isso maravilhoso, pois eles aprendem logo cedo que a violência não leva a nada”, afirmou. Os dois filhos da dona de casa Elizabete de Souza Pereira estudam na Escola Mansur Guérios e só não participaram da campanha porque não têm esse tipo de brinquedo em casa. Ela disse que mesmo assim, acha muito válida a iniciativa, pois os amigos trouxeram e reforçaram a idéia que já recebem dos pais, que arma não é brinquedo, e sim, sinônimo de violência. “Nós moramos em uma região violenta, e eles ouvem todos os dias notícias sobre crime. A gente procura não incentivar essas coisas, nem mesmo com brinquedos”, falou.

Para as crianças, a troca valeu a pena, e eles garantem que incentivaram outras crianças a participar. Foi o caso de Eliziane Correia, de 7 anos, que trouxe a arma de brinquedo de um vizinho e trocou por uma boneca. Para Greice Kely de Oliveira Klepis, com a boneca que trocou poderá brincar com mais amigas. Jorge Novais, de 8 anos, entende que arma é um “negócio” perigoso. “É de brinquedo, mas poderia não ser”, falou. O coleguinha Lucas Beraldo, trocou o revólver por uma bola, porque acha mais divertido e poderá brincar com mais pessoas.

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