Um problema atormenta há anos a vida dos moradores do Conjunto Abaeté II, no Boa Vista, em Curitiba. A erosão das margens do Rio Bacacheri Mirim está destruindo vias e calçadas do bairro e criando uma situação perigosa para quem mora ou passa pela região. Em algumas ruas, o desmoronamento atinge o asfalto e obriga veículos e pedestres a passar a centímetros do barranco. Já teve gente que ficou presa na própria casa.
O mecânico Almir Martins mora há 40 anos na Rua Leonardo Krasisnski, em frente ao rio, e conhece bem o drama. “Faz tempo que acontece isso. Todo mundo aqui já foi atrás da prefeitura, mas quando eles vêm, jogam um pouco de terra, fazem um remendo, mas não resolvem o problema. Há uns dois anos, fizeram uma barreira com manilhas, mas está desmoronando tudo de novo. Remendar não adianta”, constata.
Marco André Lima |
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Maior parte do rio corre em meio ao matagal. Há muito lixo acumulado. |
Almir conta que já impediu uma pessoa de cair dentro do rio. “A amiga de uma vizinha tentou passar e ficou com o carro preso na beirada, naquele cai-não-cai. Era uma senhora de idade. ‘Socorro, meu filho’, ela gritava. Peguei meu Fusca, amarrei uma corda e consegui tirar ela dali”, relata. Segundo ele, o problema começou há cerca de cinco anos, quando a vegetação que ficava à beira do rio foi retirada. “Antes tinha árvores dos dois lados, mas cortaram tudo. As que estão aqui hoje fomos nós que plantamos”, diz o morador.
O representante comercial Narciso Augusto Ferrazza, que mora no Abaeté II há 25 anos, diz que também já cansou de esperar pela solução do problema. “Já foi feito protesto, abaixo-assinado, reportagem… Aqui do lado, fizeram um conserto quando o vizinho ficou com o carro preso na garagem, sem poder sair, já faz uns dois anos. Mas no resto da rua ficou tudo igual”, reclama.
Além da Leonardo Krasinski, a erosão também afeta parte das ruas Haroldo Correia de Araújo, Omar Gonçalves da Mota, Santo Celestino Coleto, Delegado Miguel Zacarias e Carlota Straube de Araújo. Em alguns trechos, foi construído, há cerca de dois anos, um muro de contenção em uma das margens, mas a maior parte do rio continua correndo em meio ao matagal, que em muitos pontos está cheio de lixo.
Prefeitura promete vistoria
A prefeitura de Curitiba informou que uma equipe da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) fará hoje uma vistoria no local, para avaliar a necessidade de obras emergenciais. Para resolver definitivamente o problema, é necessária a construção de galerias para escoamento da água, uma obra de grande porte que ainda não tem previsão orçamentária.
Marco André Lima |
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Almir: fazem um remendo, mas não resolvem o problema. |
Marco André Lima |
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Morador há 25 anos, Narciso cansou de esperar por solução. |
Marco André Lima |
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Do jeito que está, carreiro está com dias contados. |
