Erasto Gaertner pode ficar sem remédio

Assim como os pacientes do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná, os pacientes do Hospital Erasto Gaertner correm o risco de ficar sem o medicamento Glivec, que combate o câncer. O problema ocorre porque o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde não cobre os custos do remédio e os hospitais não estão mais conseguindo bancar a diferença. Sem a continuidade do tratamento, os pacientes correm risco de morte.

Na semana passada, o diretor do HC veio a público falar sobre as dificuldades que o hospital vem tendo para manter o tratamento dos pacientes que precisam tomar diariamente o remédio. No HC são 117 pessoas que dependem do medicamento. A situação ficou pior depois que o fabricante do Glivec anunciou aumento de 3,64% a partir no próximo mês.

Ontem, foi a vez do Hospital Erasto Gaertner, que também é referência nesse tipo de tratamento, pedir ajuda. A coordenadora do hospital, Claudiane Minari Bozko, disse que o Erasto não vai mais aceitar pacientes porque os custos do tratamento estão muito altos. Hoje, são 24 pessoas que dependem do Glivec e o hospital precisa bancar um déficit de R$ 500 por pessoa todo mês. Além disso, o ministério costuma repassar o dinheiro com até 120 dias de atraso em relação aos procedimentos realizados. ?Temos uma dívida de R$ 225 mil com o laboratório e temos para receber do Ministério da Saúde R$ 300 mil?, diz Claudiane.

Ela explica que o problema vem ocorrendo há algum tempo. Anteriormente, o Sistema Único de Saúde repassava um montante que pelo menos cobria os custos do medicamento, deixando de fora custos com consultas por exemplo, mas agora o valor nem cobre mais as despesas do remédio.

O Glivec é ministrado para pessoas que possuem um tipo específico de leucemia e de tumor gastro-intestinal. A coordenadora diz que a situação preocupa e, se nada for feito, até os pacientes que já estão em tratamento correm risco de não receber mais o remédio. Se isto acontecer, o estado de saúde deles pode se agravar. O tratamento não pode ser interrompido nem por alguns dias, se não o câncer pode se tornar resistente à droga. Também não existe outro remédio que substitua o Glivec no mercado.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o órgão ficou sabendo sobre o aumento na semana passada e esta semana inicia uma negociação com o laboratório. No entanto, ainda não se falou em prazo para resolver o problema. 

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