União da Vitória – Uma equipe multidisciplinar, formada por acadêmicos de quatro cursos da área de Saúde da Unidade de Ensino Superior Vale do Iguaçu (Uniguaçu) está desenvolvendo desde agosto, nos finais de semana, um trabalho social de assistência aos moradores da Associação Casa de Apoio Restauração Divina (Acardi) Lar São Francisco, de União da Vitória. O trabalho está sendo chamado de Projeto Piloto de Assistência ao Abrigo São Francisco.
A pretensão é envolver os cursos de Enfermagem, Fisioterapia Farmácia e Nutrição para proporcionar maior qualidade de vida para os moradores: homens dependentes químicos, que recebem o acompanhamento de quatro freis Franciscanos Servos Missionários do Espírito Santo (FSMES), com assistência médica realizada pelo sistema de saúde pública. “Os freis trabalham mais o espiritual”, conta o estudante do 4.º período de Enfermagem matutino, Felipe Krawczyk.
Cerca de seis estudantes realizam atividades semanalmente no abrigo. De acordo com eles, há aproximadamente 40 homens (de 18 a 80 anos) na casa. Esses moradores passam por um período de nove meses no abrigo para recuperarem-se do vício. Muitos deles, além do vício, apresentam doenças. Para ter um cadastro com as informações de todos, os estudantes, já na primeira visita a casa, realizaram exames físicos – pressão, temperatura, peso, altura, inspeção corpórea, anamnese (histórico pessoal e familiar), plicometria (medição das pregas cutâneas), freqüência cardíaca e respiratória. Eles também acompanham a medicação usada pelos moradores. A experiência tem proporcionado mais segurança aos acadêmicos. “A gente só vai aprender quando começar a trabalhar”, acredita Kerlin Flávia de Freitas, que cursa o 4.º período de Fisioterapia matutino. Com base nas observações feitas, os estudantes dão sugestões para os freis, como a avaliação das cadeiras-de-rodas, em que eles sugeriram a colocação de madeira junto à lona de assento, já que essa era muito baixa, como conta Daniel Henrique Pastuchak, acadêmico do 5.º período de Fisioterapia.
Ânimo, para quem está tentando se recuperar
Os estudantes também realizam atividades recreativas com os moradores do abrigo. Outro dia, realizaram um bingo, que foi muito prestigiado. “Ficaram feliz da vida e pediram para fazer mais vezes”, revela Poty Guarani Carzino, do 4.º período matutino de Enfermagem. Ações como essa, fazem com que os moradores do abrigo sintam mais confiança no trabalho dos acadêmicos. “Agora, eles estão começando a se sentir mais à vontade com a gente”, considera Daiana Caetano Modesto de Lima, que é colega de sala de Poty.
Os acadêmicos ressaltam que o objetivo central do projeto é fazer com que o trabalho interdisciplinar auxilie esses homens. “Se o aproveitamento for bom, aumentaremos o número de acadêmicos envolvidos”, conta Poty.