Equipe do Paraná combaterá hantavirose

O Paraná terá ainda neste ano a primeira equipe especializada no combate à hantavirose. Será formada por representantes da Copel, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e do Tecpar, que participaram, de 24 a 31 de maio, de um treinamento realizado por pesquisadores do Ministério da Saúde (MS) e do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. A intenção dos técnicos do Adolfo Lutz é capacitar uma equipe em cada Estado, para ampliar o combate e a prevenção da hantavirose.

Hoje há apenas uma equipe para todo o País. “O curso foi fundamental para que tenhamos no Estado pessoas capacitadas a identificar a fonte de contaminação, ou seja, os ratos silvestres”, disse a chefe do departamento de zoonoses da Secretaria da Saúde, Gisélia Rúbio. Esse foi o segundo treinamento ministrado pelo instituto no Paraná. A equipe deverá ser credenciada após uma terceira etapa.

O curso foi realizado no município de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, onde já foram registrados dois casos da doença. No local da contaminação, represa de Capivari Cachoeira, foi feita a coleta dos roedores silvestres para investigação. Participam da captura e da análise das amostras, em um laboratório montado próximo à represa, dez técnicos das três instituições, que farão parte da equipe permanente.

“Estaremos capacitados para agir em situações semelhantes sem a necessidade da presença do Ministério da Saúde e do Adolfo Lutz”, explica Gisélia. As amostras colhidas na última semana serão analisadas pelo instituto, que vai determinar qual a porcentagem aproximada de contaminação dos ratos da região com a hantavirose.

Histórico

No Paraná, desde 1992, foram confirmados 94 casos de hantavirose com 37 óbitos o que representa 38% de letalidade. As regiões com maior incidência no Estado são a de Guarapuava, União da Vitória, Cascavel e Litoral. A prevenção é feita através da área de zoonoses da Secretaria, que realiza palestras mensais sobre o assunto nas 22 regionais de saúde. Também distribui dois vídeos informativos: um técnico, para ser passado para os médicos, e outro direcionado à população com as medidas para a prevenção.

A doença

Transmitida ao homem através do contato com as fezes, urina e saliva de ratos silvestres, a hantavirose, é uma doença predominantemente rural até o momento. Os sintomas iniciais são semelhantes aos de uma gripe e apresentam febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse seca e falta de ar. Também podem ocorrer náuseas, vômitos e diarréia. A pessoa deve procurar o posto de saúde assim que começarem os sintomas porque, se não tratada, a hantavirose pode levar à morte. As medidas de prevenção recomendadas pela Secretaria da Saúde em locais com suspeita de contaminação (como paióis e galpões fechados, onde ratos possam entrar) da doença são: abrir janelas e portas para ventilar, se possível 30 minutos antes de começar a limpeza, molhar o chão com água misturada com água sanitária, colocar toda a comida em sacos ou caixas fechadas.

Além disso é preciso deixar o lixo fora de casa, em latões fechados, limpar a área em volta do alojamento, manter rações dos animais fora de casa e longe do alcance dos ratos silvestres. “No caso de alojamentos rurais, devem ser construídos com uma elevação de pelo menos um metro de altura e com ratoeiras”, acrescenta Gisélia Rúbio.

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