Curitiba tem um dos equipamentos mais modernos para tratamento de câncer cerebral com uma técnica de radioterapia que traz menos sequelas para os pacientes, por ser direcionada aos tecidos doentes. A aplicação é feita por Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT), mas tem um alto custo e os planos de saúde ainda não cobrem o procedimento. Porém, no SUS pacientes já conseguem ser atendidos com a nova tecnologia, como no Hospital São Lucas, do Rio Grande do Sul.

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Na capital paranaense, o estabelecimento referência para o tratamento é o Hospital Erasto Gaertner, que adquiriu o IMRT em 2007, através de convênio com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Segundo o contrato entre a SETI e o hospital, a aquisição do IMRT é “para desenvolvimento de pesquisas, capacitação de alunos e professores e beneficiando a população paranaense, em especial pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Mas o atendimento via rede pública ainda não foi colocado em prática. Pacientes que precisam do tratamento específico precisam pagar seus custos ou recorrer à Justiça. E este foi o caso de uma paciente de 31 anos, com glioma de grau 3, um câncer agressivo. Só através de uma ação judicial ela, que chegou a fazer campanhas nas redes sociais para arrecadar fundos, conseguiu iniciar o tratamento. O governo federal, através de uma liminar, vai bancar todos os custos, que chegam a R$ 100 mil, e que está sendo feito na clínica particular Oncoville.

A jovem chegou a buscar o tratamento pelo SUS, mas o Erasto Gaertner, segundo ela publicou em redes sociais, alegou não ter o software que garantisse um tratamento com menos riscos de sequelas. “O software dos equipamentos do Erasto Gaertner não consegue garantir um tratamento sem que eu vire um vegetal. Somente no INC e no Oncoville é que eu tenho a garantia de proteção de áreas vitais preservadas”, trazia um dos textos publicados.

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Ministério rebate alegação do Erasto

Questionado pelo Paraná Online, o Erasto Gaertner confirmou ter o equipamento, mas justificou não poder ofertar o tratamento por falta de código na tabela de procedimento do SUS. “Para que seu funcionamento seja viável, o Hospital necessita da implantação do referido código do tratamento e da sua liberação junto aos órgãos oficiais da área da saúde, que tramita no Ministério da Saúde”, diz a nota do hospital.

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No entanto, o tratamento é oferecido em vários hospitais do País e, segundo o Ministério da Saúde, não é necessário código para liberação do mesmo. “Não há necessidade de criar código para técnica de aplicação de radioterapia, pois os equipamentos são os mesmos que já constam no SUS (Cobalto ou Acelerador linear). O Hospital Erasto Gaetener é filantrópico, portanto recebe financiamento diversos do MS (Ministério da Saúde) e do SUS, inclusive para compra de equipamentos de radioterapia”, explicou o Ministério da Saúde.