Praias

Época de liquidação no litoral do Paraná

A redução do número de turistas nas praias do Paraná após a Quarta-feira de Cinzas trouxe preocupação aos comerciantes do litoral paranaense. Nas vitrines das lojas de Guaratuba, por exemplo, é possível perceber a intenção dos lojistas em vender o estoque acumulado entre o início de novembro de 2009 até o final do Carnaval.

Descontos e promoções são as alternativas dos lojistas na tentativa de chamar a atenção de moradores e até mesmo dos poucos turistas que permanecem na cidade nesse período.

O comerciante Walter Richard, que trabalha no ramo de vendas há mais de 50 anos, registrou uma redução de 30% nessa temporada se comparado ao mesmo período de 2009.

“Nosso litoral estava lotado entre novembro e fevereiro, mais especificamente até o final do Carnaval. No entanto, as vendas no setor de vestuário pelo menos ficaram abaixo do esperado. Os turistas não estavam animados para gastar este ano”, brinca o comerciante que trabalha com roupas.

Para não sair no prejuízo, Richard conta que teve que aumentar gradualmente os descontos em todas as peças vendidas em sua loja. “Ainda em fevereiro optei por colocar toda a loja com 20% de desconto. Como não tive resultado fui obrigado a aumentar, chegando assim a 40% esta semana. Vou manter essa promoção até o final do mês, quando as peças da nova coleção deverão chegar”, diz.

A mesma queda foi percebida por Caroline da Silva, gerente de uma loja de roupas para jovens em Guaratuba. “Depois da Quarta-feira de Cinzas houve uma queda significativa no movimento. Por conta disso tivemos que partir para as promoções, pois já estamos começando a receber as roupas de inverno. Com as promoções conseguimos movimentar o estoque e abrir espaço para as novas roupas”, conta a gerente.

Por conta da crise dos últimos anos, Richard pensa em fechar sua loja, localizada em um dos principais pontos de venda de Guaratuba, a Avenida Vinte e Nove de Abril.

“O aluguel aqui é muito alto. Não estou conseguindo manter toda a loja apenas com as vendas. Estou tendo que pagar para trabalhar, por isso penso em fechar minha loja”, admite o vendedor.

A razão dessa crise, segundo Edna Aparecida de Souza, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guaratuba (Acig), são os feirões de verão, estabelecimentos temporários que vendem roupas mais baratas que a média de preço das lojas locais.

“O setor de vestuário no litoral é muito complicado e, como existem esses feirões, que vendem peças de menor qualidade e com preço mais baixo, os turistas optam por esse caminho, pois ninguém quer gastar com roupas mais caras estando na praia”, explica.

De acordo com ela, ao contrário das lojas de roupa, supermercados e restaurantes foram os setores que mais arrecadaram nessa temporada. “Eles estão literalmente rindo à toa por conta da enorme quantidade de turistas nesse período”, ressalta.

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