Quem olha para Eudson Lima, 27 anos, com 1,61 metro de altura, nem imagina que ele é capaz de levantar peso equivalente a um leão macho adulto. Mas quem vê tamanho não vê força: o atleta, natural de Paraíso do Norte, no interior do Paraná, conquistou o título de tetracampeão paranaense e bicampeão brasileiro na categoria 66 quilos de levantamento de peso básico ou de potência (powerlifting), esporte ainda pouco divulgado no País, mas que recentemente se tornou modalidade olímpica.

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“Consigo 270 quilos de agachamento, 165 de supino e 270 quilos de levantamento terra. Tenho uma altura privilegiada para o esporte, porque os movimentos são mais curtos”, conta Eudson. Enquanto sonha em representar o Brasil na Olimpíada, o atleta treina para conquistar o campeonato sul-americano que será realizado na primeira quinzena de setembro no Equador e, quem sabe, se classificar para o Mundial. Para treinar mais pesado, ele costuma vir de Pontal do Sul, no litoral, onde mora com a esposa, filho e pais, para treinar numa academia, no Cristo Rei, onde conversou com os Caçadores de Notícias. Diariamente, são até três horas de treino.

“Eu tenho equipamentos básicos em casa, mas aqui tem mais estrutura”, explica. Além disso, na academia ele é supervisionado pelo treinador Ravel Schueda. Os dois se conheceram em 2002, na época em que Eudson morava em São José dos Pinhais e treinava na academia de Ravel, que percebeu o potencial do pupilo e lhe apresentou o powerlifting. Eudson virou profissional e, aos 23 anos, começou a participar de campeonatos e conquistou logo de cara o primeiro campeonato paranaense do qual participou. De lá para cá, só vem colecionado medalhas e troféus. As marcas conquistadas no campeonato brasileiro levaram o atleta a chegar ao topo do ranking sul-americano na sua categoria. “Este é o ano em que estou na minha melhor forma”, afirma.

Patrocínio não cobre tudo

Marco Andre Lima
Sonho de Eudson é representar o Brasil nos Jogos Olímpicos. Confira no vídeo a conversa com Eudson.
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O paranaense é patrocinado pela Megamania (título de capitalização), mas precisa tirar verba do próprio bolso para pagar os equipamentos, acessórios e viagens. Os títulos que ganha não são premiados em dinheiro. “Quando viajo com a minha equipe, a ERA, nós dividimos o dinheiro da gasolina, pedágio, hotel”, conta. Só no cinturão, que os atletas precisam usar para evitar lesão como uma hérnia de disco, ele desembolsou R$ 300. “Nunca tive uma lesão séria”.

Enquanto a vida de atleta profissional não dá retorno financeiro, Eudson trabalha como entregador de gás e bebidas na distribuidora da família. Com o diferencial que levantar um botijão não é nada comparado com os pesos que ergue. Mas a carga horária de trabalho é puxada. “Trabalho o dia inteiro e começo a treinar depois das 21h”. Apesar da vida intensa, ele afirma que tem todo o apoio da família. E mesmo com toda a rotina de trabalho e treino, ele ainda arruma forças para terminar o curso de educação física.

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Confira no vídeo a conversa com Eudson.