Entrega de cartas no Paraná volta ao normal em 5 dias

Funcionários dos Correios do Paraná encerraram ontem a greve por melhores condições de trabalho, embora não tenham concordado com a proposta salarial oferecida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os trabalhadores começaram a voltar às suas atividades normais ao meio-dia, após uma assembléia realizada em frente à sede estadual dos Correios, em Curitiba. Durante a greve, cerca de um milhão de correspondências não chegaram aos seus destinatários no Paraná. A previsão é que o serviço de entrega se normalize em cinco dias.

A decisão de voltar ao trabalho no Estado foi tomada depois que 24 dos 33 sindicatos ligados à Federação dos Empregados dos Correios aceitaram a proposta da empresa. Pelo estatuto dos trabalhadores dos Correios, o acordo coletivo de trabalho só pode ser assinado com apoio de pelo menos 22 dos 34 sindicatos que representam a categoria no País. "Mas se dependesse do Paraná, a greve continuaria. Não concordamos com a proposta salarial", disse o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná, Nilson dos Santos. A categoria reivindicava 47,17% de reajuste salarial.

Após várias negociações, os trabalhadores receberão reajuste de 8,5%, que será pago até o próximo mês de janeiro, e outros 3,61% serão concedidos até fevereiro. Além disso, será pago um abono salarial de R$ 800,00 no final deste mês, o vale-alimentação passará de R$ 13,00 para R$ 14,00 e os funcionários receberão dois vales-cesta básica extras, em dezembro e janeiro. Ontem, os trabalhadores e a diretoria da empresa formalizaram uma conciliação intermediada pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Vantuil Abdala.

"Não conseguimos o reajuste que queríamos, mas conseguimos que a ECT melhorasse sua proposta inicial, que era de reajuste de 6,57% e abono de R$ 400,00. Também mostramos a união da categoria", afirmou Nilson.

Greve

O setor de distribuição foi o mais afetado nos nove dias de greve. Segundo o sindicato, houve 90% de adesão dos trabalhadores. Já a estatal informou que a adesão foi de 30% no setor de distribuição e de 5% a 10% nos demais departamentos.

Mas a volta ao trabalho não foi tão tranqüila assim. Um grupo de 24 carteiros que faziam a entrega do Sedex-10 continuava de braços cruzados ontem. Nilson conta que depois que as manifestações começaram, a direção da empresa ameaçou separar o grupo. No entanto, a empresa informou que a decisão tem caráter técnico e já havia sido tomada desde o início do ano. Antes os carteiros pegavam as correspondências na sede central da agência, agora vão pegar nos postos de distribuição dos bairros, agilizando a entrega do material.

Em território nacional, existem cerca de 5,5 mil agências dos Correios, sendo 470 no Paraná. Dos 107,8 mil funcionários (carteiros, operadores de triagem, atendentes e funcionários administrativos), cerca de 5.600 estão no Paraná.

Prejuízos

A greve dos funcionários causou prejuízos para os Correios, segundo o porta-voz da estatal, Fausto Weiller. "Os prejuízos para a empresa foram muito altos, em torno de R$ 20 milhões por dia, seja pela perda de clientes, seja pela não-postagem propriamente dita. Com isso temos uma perda de R$ 170 milhões", declarou.

Fausto Weiller disse também que o acordo vai custar à empresa R$ 400 milhões por ano. Ele informou também que todos os dias parados serão repostos. Durante os dias de greve, foram feitas contratações temporárias e as mesmas serão dispensadas na próxima semana, quando todos os serviços estarão funcionando normalmente. 

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