O grupo de organizações não governamentais (ONGs) e entidades que são contra a construção de barragens ao longo do Rio Ribeira se reuniu ontem, para montar uma equipe de trabalho e estudar uma cópia do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), apresentando pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no fim do ano passado, pedindo a autorização para construir a barragem de Tijuco Alto. Para os ambientalistas, a usina vai gerar prejuízos ambientais e sócio-econômicos.
Segundo Laura Costa, coordenadora geral do Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental (Cedea), uma das entidades a frente do movimento, há 18 anos o grupo briga para proibir a construção das barragens. ?Se a do Tijuco Alto for aprovada, logo vão ser aprovadas outras três e o impacto será muito grande?, afirma.
A usina de Tijuco Alto deve ser erguida entre as cidade de Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR), inundando terras também em Dr. Ulisses (PR), Cerro Azul (PR) e Itapirapuã (SP). A barragem vai ser construída para gerar energia para o complexo metalúrgico da CBA, instalado em São Paulo. Segundo os ambientalistas, enquanto a empresa lucra com a medida, os moradores ao longo do rio e o meio ambiente vão ficar só com prejuízos.
Laura diz que a barragem vai desalojar muitas famílias que sobrevivem da agricultura. Até agora, a CBA comprou 60% da área necessária. Como muitos moradores eram meeiros, ficaram sem trabalho quando os proprietários venderam as terras. Agora, outras 689 famílias estão ameaçadas entre meeiros e proprietários.
Laura afirma ainda que o meio ambiente também vai sofrer com a medida. Devem ser desmatados 5.180 hectares e, deste montante, cerca de 53% é formado por matas em estágio médio e avançado de regeneração. A construção da barragem também vai diminuir a quantidade de peixes e as explosões para a construção da usina podem afastar aves e outros animais, entre outros danos. Laura diz que está preocupada com a situação porque se a primeira usina for aprovada as outras três também vão ter o mesmo destino: a do Funil, Itaoca e Batatal.
A CBA alega que a barragem vai trazer empregos para a região. E segundo a assessoria de imprensa do Ibama, o EIA-Rima ainda está sendo analisado em Brasília.
