Entidades defendem liberdade de sem terra

Uma comissão composta por representantes de entidades defensoras dos direitos humanos, como a Terra de Direitos, e pelos deputados estaduais Tadeu Veneri (PT) e Luciana Rafagnin (PT) visitou ontem os três integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) presos no município de Marmeleiro, região sudoeste do Paraná.

Adir da Luz, Moisés Machado Soares e Nuidir Machado Soares foram presos no último dia 4 acusados de furto, roubo e cárcere privado durante a ocupação da Fazenda Araçá. Hoje, os trabalhadores prestarão depoimento e, após o interrogatório, os advogados do MST devem pedir a revogação das prisões.

A comissão conversou com os presos e com a juíza Laryssa Angélica Copack Muniz, da comarca de Francisco Beltrão. De acordo com Edson Bagnara, da direção estadual do MST, a intenção foi sensibilizar a juíza sobre a situação dos presos. ?A prisão foi feita em cima de uma armação política dos latifundiários da região. A juíza acabou acatando um pedido de algo que, na prática, não aconteceu?, diz.

Na última quarta-feira, os advogados do MST deram entrada em um pedido de liberdade provisória aos trabalhadores presos. A expectativa é que a juíza os libere após o interrogatório de hoje.

Caso isso não ocorra, Bagnara informa que o movimento deve entrar com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça. Bagnara não descartou a possibilidade de articulação de uma mobilização nos próximos dias para sensibilizar a sociedade.

 Para o MST, não existem provas no processo contra os sem terra, que estariam sendo acusados injustamente por cárcere privado, furto e roubo de gado. ?Somos defensores que a Justiça continue apurando o caso. Se os trabalhadores forem culpados, não queremos inocentá-los, mas que eles possam aguardar o julgamento em liberdade?, declara a deputada Luciana Rafagnin.

As prisões teriam sido decretadas sob os argumentos de necessidade de manutenção da ordem social e falta de endereço fixo, os quais são rebatidos pelo MST. ?As prisões fazem parte de um processo de criminalização do MST e perseguição política dos dirigentes, promovido pelos latifundiários e empresas do agronegócio da região?, defende nota divulgada pelo movimento.

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