Ensino de espanhol nas escolas do Paraná evolui

Em julho de 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que tornou obrigatório o ensino da língua espanhola em todas as escolas do País que oferecem ensino médio. A lei diz que o prazo para a implantação seriam cinco anos. No Paraná, ainda não há a oferta da língua em todas as escolas, mas o processo já está bem adiantado.

No que se refere às escolas públicas, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) está finalizando o levantamento que vai apontar quantas delas ainda não ofertam o ensino da língua. A disponibilização é obrigatória, mas o estudante pode escolher se vai fazer as aulas de espanhol. Uma das opções será utilizar os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (Celems) que já existem no Paraná. Esses centros têm o objetivo de disponibilizar aulas de língua para os estudantes do ensino médio, no contraturno escolar. Dessa forma, como explica a chefe do Departamento de Ensino Básico da Seed, Mary Lane Hutner, as escolas receberam duas orientações: ou disponibilizam o espanhol nos Celems ou colocam a disciplina na grade curricular.

Segundo Mary Lane, das 1.296 escolas que têm ensino médio no Paraná, mil já disponibilizam o Celem. “Quando iniciou o debate sobre o ensino da língua espanhola em 2005, nós já começamos a nos preparar, e os Celems fizeram parte dessa preparação”, explicou. Outras providências tomadas pela Seed, segundo Mary Lane, foi formar professores (já que na época havia poucos professores de espanhol na rede estadual) e fazer mais um concurso, em 2007 (outro já havia sido realizado em 2003). Em ambos os concursos e nas contratações via Processo de Seleção Seletiva, o Estado contratou cerca de 400 professores.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estipula que as escolas devem ofertar pelo menos uma língua estrangeira. No caso da rede pública do Paraná, é a comunidade quem decide qual a língua que será ensinada, segundo Mary Lane, em função da grande variedade de idiomas do Estado.

Em relação ao ensino privado, o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) informou que 99% dos estabelecimentos já implementaram o ensino de espanhol. “Foram feitas mudanças na grade curricular na maioria das escolas para que isso fosse possível”, informou Fátima Chueire, do Departamento de Orientação Pedagógica do Sinepe. O aluno que tem inglês na grade curricular pode também cursar espanhol. No entanto, como explicou Fátima, é um pouco mais difícil o estudante deixar de lado o inglês e optar somente pelo espanhol. Neste caso, está se recomendando que ele fique mesmo com o primeiro. “Algumas escolas têm oferecido as duas e o estudante tem que fazer ambas, mas isso são adaptações que ainda estão ocorrendo”, comentou.

A lei diz que as escolas particulares têm a opção de ofertar o espanhol em algum centro de estudos de línguas. Em todo o Paraná são 172 escolas particulares que oferecem ensino médio, com pouco mais de 51 mil estudantes matriculados.

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