As castigadas praias de Matinhos continuam sem uma solução definitiva. Há mais de um ano, foi anunciada uma revitalização que iria abranger a orla entre os balneários de Caiobá e Flórida.

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Todavia, atrasos na conclusão de impactos ambientais e mudanças no governo estadual acabaram por aumentar esta espera. As causas mais apontadas para o avanço do mar estão na especulação imobiliária e a destruição da vegetação conhecida como restinga, que criava dunas na areia, uma proteção natural contra as ressacas.

A obra, orçada em aproximadamente R$ 23 milhões, vai utilizar uma draga para retirada de areia em alto mar e jogar, por meio de dutos, diretamente na praia. Porém, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu) diz que ainda não há previsão de quando a obra irá iniciar, pois dada a complexidade do projeto, estão sendo feitos novos estudos para chegar a um parecer mais técnico. A prefeitura de Matinhos informou que não irá se manifestar sobre este assunto por enquanto.

Estrutura

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Para o professor de Oceanografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rangel Angelotti, o projeto é válido, porém ainda não está totalmente claro. “O estudo não mostra quanto tempo a solução irá durar. Não sabemos se vai ser efetiva por três ou 30 anos. Além disso, foi colocado apenas o valor da obra. O custo de manutenção, por exemplo, não foi citado. É preciso um acompanhamento de perto”, afirma.

Angelotti questiona ainda que de nada vai adiantar recuperar as praias se a infraestrutura da cidade continuar deixando a desejar. “É preciso pensar além da praia. As ruas de Matinhos ficam congestionadas nesta época do ano. De nada adianta uma praia bonita se não vier turista. Poderiam aplicar parte deste recurso para melhorar um trecho da orla, até mesmo como uma forma de teste, e utilizar o restante da verba para consertar outros problemas”, avalia.

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