Enem sem incidentes, mas alunos reclamam

Cerca de 185.969 estudantes no Paraná realizaram ontem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado em todo o País. O desempenho no teste pode ajudar alunos que vão concluir o ensino médio no fim do ano ou que já concluíram, na conquista por uma vaga no ensino superior, seja no vestibular ou pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni). Nenhum incidente grave foi registrado no Paraná, porém alunos informaram à reportagem da Tribuna que as provas em alguns locais iniciaram com atraso, por volta das 14h.

Somente em Curitiba, 41.785 pessoas se inscreveram para o Enem. No Brasil o número chegou perto de 3,7 milhões. Os estudantes tiveram cinco horas para responder às 63 questões de múltipla escolha e redação, que nesse ano teve como tema ?O poder de transformação da leitura?. O Enem avalia 21 habilidades dos alunos e cinco competências. ?Achei meio cansativo pela extensão, mas a prova não estava difícil?, avaliou o estudante Thiago Monteiro Marques, que terminou a prova em cerca de três horas. Thiago realizou seu segundo Enem. ?Já curso Direito em faculdade paga e quero tentar bolsa de estudos do ProUni?, explica.

A estudante Talita Rodrigues concordou sobre a dificuldade da prova. ?Quem estudou não deve ter tido dificuldade. Até o tema da redação favorecia quem escreve bem?, pondera a estudante, que no fim do ano tentará vestibular para Enfermagem.

Reclamação

A entrega dos cartões com os locais de prova atrasou e muitos alunos em várias regiões do País só souberam na sexta-feira onde fariam o teste. A estudante Fernanda Pereira dos Santos afirmou que só ficou sabendo onde faria o Enem na semana passada. ?E ainda por cima me colocaram para fazer a prova longe de casa?, reclamou. Fernanda, que ainda está em dúvida para qual curso vai prestar vestibular, contou que na escola onde estuda os professores incentivaram os alunos a se dedicarem à prova, preparando até aulas dirigidas exclusivamente para a realização do Enem.

Torcida do lado de fora

Siglinde de Souza esperou pacientemente do lado de fora do prédio onde a filha Flávia fez a prova. ?Ela se preparou bem para o Enem, mas estava muito ansiosa. Pelo menos desse jeito ela já vai vendo o que terá que enfrentar no vestibular?, analisou a mãe, acrescentando ainda que conversou muito com a filha sobre a importância do teste, que pode valer a bolsa de estudos através do ProUni. ?Ela estuda em escola pública e vai tentar uma universidade pública. Mas caso não consiga, a bolsa seria uma maneira de viabilizar o restante dos seus estudos?, avalia.

1 milhão de inscritos não fez a prova

Quase 1 milhão dos 3,7 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não fizeram a prova, ontem. A estimativa inicial do Ministério da Educação (MEC) é que a abstenção na prova foi de 25%. A prova, realizada em mais de 800 cidades do País, deixou de ser considerada fácil por professores, como ocorreu nos últimos anos. Estudantes reclamaram de enunciados longos e professores afirmaram que foi preciso concentração para fazer as 63 questões e a redação.

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, o exame teve a mesma orientação de outros anos. ?O importante é que tenha boa capacidade de discriminação, não pode ser muito difícil nem muito fácil?, disse. Para ele, o número de faltas, que ainda será consolidado, foi ?normal? e semelhante ao do ano passado. Por causa do grande número de inscritos, o governo concedeu 15 minutos de tolerância para o início da prova, que havia sido marcada para as 13h. Mesmo assim, houve filas nos locais de exame e atrasos pelo País.

O ProUni é considerado um dos motivos para a explosão no número de inscritos no Enem em 2005 – quando começou a funcionar – e neste ano. Só quem tem boa nota no exame pode concorrer à bolsa.

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