O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ter tradução integral para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), já na prova de 24 e 25 de outubro. A medida é fruto de uma ação civil pública ajuizada pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) na 11.ª Vara Federal de Curitiba. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza a prova, ainda pode entrar com recurso.
A decisão, do juiz federal Flávio Antônio da Cruz, não especifica a metodologia para aplicação da prova em língua de sinais. Alternativa possível é a tradução em vídeo libras, usada em vestibulares do país inteiro. “As provas têm 90 questões e sobrecarregariam o processo de tradução e de interpretação ao vivo”, defende a presidente da Feneis, Ana Regina Campello. Segundo informações cedidas à Justiça, o Inep precisa de 45 dias para traduzir a prova.
Palavras
Na regra atual, os estudantes surdos podem requerer ao intérprete a tradução de uma palavra do texto, e não da questão como um todo.
A Feneis argumenta que o procedimento dificulta a compreensão, uma vez que muitos intérpretes não têm conhecimento de Libras, além de que a estrutura textual do português escrito é muito relacionada à linguagem oral, o que cria uma barreira para a compreensão.