Pesquisadores e estudantes da área da Geografia Cultural de diversos estados brasileiros estão reunidos em Curitiba, num encontro que visa apresentar tudo o que vem sendo levantado sobre o tema no país. Considerada uma nova área de pesquisa, a Geografia Cultural é um ramo das Ciências Geográficas voltada ao estudo das manifestações culturais, tais como, religiões, crenças, rituais, artes e formas de trabalho. O encontro também servirá de espaço para reunir os núcleos de estudos e representações criados em diversos estados.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Estudos em Espaço e Representações (Neer), ligado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sylvio Fausto Gil Filho, a proposta do encontro é fortalecer a Geografia Cultural que, por ser uma área nova, ainda não é muito difundida. Ele destaca que a importância dessa ciência está no fato de ela considerar os sentimentos e as idéias, de um grupo ou povo, sobre o espaço a partir da experiência vivida.
Nesse encontro em Curitiba – que está acontecendo até hoje no auditório da administração do Centro Politécnico da UFPR – estão sendo abordados temas como a Geografia Cultural e suas relações com o ensino, religião, território e cultura locais.
Atualmente, existem dois núcleos de estudos e representações sobre o tema em funcionamento no país – o da UFPR e outro no Rio de Janeiro. De acordo com Gil Filho, esses organismos têm a função de catalizar as pesquisas na área da Geografia Cultural para orientar estudantes de pós-graduação. Ele destaca que hoje o Neer vem trabalhando com três linhas definidas. Uma delas é a promoção da Geografia Cultural nas escolas, através do apoio aos professores, para a inclusão da disciplina no currículo escolar.
Outra linha de atuação é o mapeamento das religiões existentes em Curitiba. Gil Filho destaca que já existem dez trabalhos em andamento, que estão levantando religiões como o islamismo, ortodoxa, espiritismo, candomblé e a umbanda. A terceira linha está voltada para a geografia social que geram representações de uma cultura bem peculiar. Entre os objetos de estudo estão grupos urbanos, que englobam, entre outros, artistas de rua, prostituição, classes sociais e espaços femininos.