A flexibilização e regulamentação do mercado de trabalho no Mercosul está sendo discutido durante o 5.º Encontro Regional de Estudos do Trabalho da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (Abet), que começou ontem em Curitiba. O evento, que segue hoje no Salão Nobre da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é promovido pelo Departamento de Direito da UFPR e Ipardes, e visa ampliar as discussões sobre o fortalecimento do mercado de trabalho nos países integrantes do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Para a presidente da Abet, Maria Cristina Cacciomali, a consolidação da economia nesses países, principalmente Brasil e Argentina, é fundamental para fortalecer o mercado de trabalho. Segundo ela, a posição desses países frente a assuntos importantes, como a Alca e aproximação com os Estados Unidos, também tem reflexo nesse mercado. “Com a estagnação da economia, a geração de postos de trabalho também ficou estagnada, e o que vemos hoje é uma maior demanda para pouca oferta”, disse Maria Cristina.

Um panorama bastante comum nesses países, destaca a presidente da Abet, é um crescimento do desemprego de pessoas com qualificação e curso universitário. “A maior geração de postos é para quem possui até o segundo grau. Quem vai além disso, está com dificuldades de colocação”, afirmou. A tendência, segundo Maria Cristina, é aceitar cargos que exigem menores qualificações, ou buscar maior especialização dentro da área de atuação.

Outra tendência, destaca a presidente, é a migração de mão-de-obra, especialmente para Europa e Estados Unidos. “Nesses países, os profissionais acabam se sujeitando a atividades diferentes da sua formação ou a subempregos”, ponderou. Para ela, esse panorama não deverá mudar em curto prazo, pois vai depender da evolução econômica dos países.

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