Técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da Fundação Nacional de Apoio aos Índios (Funai), lideranças indígenas e representantes de organizações não-governamentais estão reunidos, até o final desta semana, na sétima edição da reunião do Conselho Distrital de Saúde Indígena Litoral Sul. O evento acontece no hotel Lancaster, em Curitiba.
Estão sendo discutidas formas de proteger a saúde de cerca de qutaro mil índios, que vivem na faixa litorânea dos Estados do Rio, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, onde se encontram aproximadamente 160 índios, principalmente nos municípios de Guaraqueçaba e Paranaguá. A grande maioria dos índios residentes na faixa litorânea pertence à aldeia Guarani. De São Paulo, estão presentes representantes da aldeia Pankararu.
Os principais problemas de saúde que atingem a população indígena, tanto adulta quanto infantil, são as verminoses, tuberculose, dermatites, diarréias e desnutrição. “A responsabilidade pelo atendimento hospitalar dos índios geralmente é dos municípios que ficam mais próximos às aldeias”, conta a psicóloga e integrante da equipe técnica do Distrito Sanitário Especial Indígena do Paraná, Solange de Lima Siqueira. “Porém, se necessário, eles também são encaminhados a hospitais, de outros municípios, com maior complexidade de especialidades”.
Segundo Solange, a mortalidade de índios caiu bastante depois que médicos e enfermeiros passaram a prestar atendimentos periódicos dentro das próprias aldeias. Para facilitar o trabalho e prevenir o aparecimento de doenças, o conselho conta com o apoio de agentes indígenas de saúde, que são escolhidos pelas próprias tribos. “São índios que sabem ler e escrever e têm maior facilidade para lidar com as pessoas”, explica. “Eles auxiliam os médicos e enfermeiros, já informando sobre pessoas que não estão muito bem e famílias que estão tendo problemas. Como nem todos os índios falam português, os agentes ajudam a superar a barreira lingüistica”.
Outra preocupação é que os índios sejam tratados sem discriminação dentro dos hospitais e pela sociedade em geral. Algumas pessoas e mesmo instituições, ainda têm preconceitos e não respeitam a cultura das tribos. Questões levantadas durante a reunião podem ser encaminhadas ao Ministério Público ou resolvidas pela própria Funasa, Funai e Conselho Distrital.